O Bloco de Esquerda e o PSD acusaram o Governo de ter isentado a EDP do pagamento do imposto de selo na venda de barragens. Este foi o tema em debate, esta sexta-feira, no programa O Dilema.
Questionado sobre se o problema está nos contratos, o comentador da TVI António Costa diz que talvez o problema desta “operação complexa” esteja “numa falta de explicação”. O diretor do jornal Eco sugere ainda que este problema se tenha tornado num problema político e que a Autoridade Tributária irá analisar a situação “à luz do que se discute não da matéria de facto”.
O jornalista considera ainda “curioso” que partidos com peso parlamentar, como o PSD, que não tenham apresentado propostas para corrigir o problema, tendo em conta que este tipo de operações aconteceu várias vezes durante os últimos anos.
Não faz sentido exigir que se pague mais do que o se deve", afirmou.
Joana Amaral Dias considera que o problema está no “capitalismo à portuguesa”, onde os “lucros são privados e os prejuízos são públicos”. A comentadora falou mesmo de uma “relação incestuosa” entre a economia privada e os poderes públicos.
Agora voltamos a ter empresas que foram privatizadas de mão estendidas a pedir dinheiro ao Estado, como se o Estado fosse o Banco Alimentar(…) O Estado não defende os nossos interesses”, reforçou.
Carlos Guimarães Pinto explicou que o que foi negociado foi o negócio em torno da exploração das barragens e que isso, de acordo com a lei, não está sujeito a imposto de selo.
Se isto está correto ou não, isso é uma discussão diferente (…) "Não é exclusivo da EDP, a Iberdrola também não pagou imposto de selo”, relembrou.
O vice-presidente do PSD e autarca de Ovar, Salvador Malheiro direcionou as culpas para o Governo de António Costa, sublinhando que este foi “outro exemplo” dos socialistas a serem “fracos com os fortes” e a ser forte com os fracos.
Os interesses da EDP foram salvaguardados por alguns membros do Governo”, rematou.