Manifesto pela reestruturação da dívida «não tem sentido» - TVI

Manifesto pela reestruturação da dívida «não tem sentido»

Catroga (Lusa)

Eduardo Catroga diz mesmo que as personalidades da direita que o apoiam «têm a sua própria agenda»

O ex-ministro das Finanças, Eduardo Catroga considerou esta quarta-feira que o Manifesto pela reestruturação da dívida «não tem sentido», envia «sinais errados aos investidores» e que as personalidades da direita que o apoiam «têm a sua própria agenda».

«Este manifesto não tem qualquer sentido porque (...) Portugal e a Irlanda já conseguiram uma suavização das amortizações de capital e já conseguiram uma taxa de juro próxima da taxa de juros dos nossos parceiros internacionais», afirmou Eduardo Catroga aos jornalistas à margem de uma conferência sobre o pós-troika, organizada hoje em Lisboa pelo Jornal de Negócios e pela Rádio Renascença, escreve a Lusa.

O antigo ministro das Finanças do PSD não estranha que o manifesto tenha recolhido o apoio de personalidades ligadas à esquerda, porque «essa ideia [de reestruturação da dívida] está-lhes no ADN», mas considera que os que à direita o defendem «têm a sua própria agenda política».

«Felizmente, os mercados internacionais não vão ligar, espero eu», afirmou ainda Eduardo Catroga, sublinhando que falar de reestruturação da dívida envia «sinais errados aos investidores».

O manifesto divulgado na terça-feira, subscrito por 74 personalidades, considera que a dívida pública de Portugal é insustentável e que não permite ao país crescer, pelo que defende uma reestruturação que deve ocorrer no quadro europeu.

«No futuro próximo, os processos de reestruturação das dívidas de Portugal e de outros países ¿ Portugal não é caso único ¿ deverão ocorrer no espaço institucional europeu, embora provavelmente a contragosto, designadamente dos responsáveis alemães. Mas reações a contragosto dos responsáveis alemães não se traduzem necessariamente em posições de veto irreversível», lê-se no texto divulgado na íntegra pelo jornal Público.

O manifesto foi subscrito por 74 personalidades, quer de esquerda, quer de direita, entre as quais se destacam o ex-ministro socialista João Cravinho, a ex-presidente do PSD e ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, assim como ex-ministro das Finanças conotado com CDS-PP Bagão Félix e o fundador do CDS Freitas do Amaral.
Continue a ler esta notícia