BES: em França, Hollande responde aos lesados - TVI

BES: em França, Hollande responde aos lesados

Manifestação de lesados do BES

Presidente encarregou ministro das Finanças de analisar as queixas da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do banco português que colapsou em agosto de 2014

Em França, o drama dos lesados do BES conheceu esta quarta-feira novos contornos, com a intervenção do Presidente do país. François Hollande pediu ao ministro das Finanças que analise as queixas da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES (AIEPC).

Numa curta missiva endereçada ao advogado da AIEPC, Nuno Silva Vieira, e que é citada pela Lusa, a Presidência da República francesa informa que François Hollande tomou nota das queixas que chegaram relativas à resolução do BES e que encaminhou a informação para o ministro das Finanças do país, Michel Sapin.

No dia 9 de setembro, a AIEPC enviou uma comunicação para vários líderes europeus, entre os quais Hollande, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, denunciando “a aplicação pelo Banco de Portugal da diretiva 2014/59/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 15 de maio de 2014 - de forma desviante - colocando em causa o regime da resolução bancária na Europa".

No comunicado que hoje divulgou junto com a resposta da presidência francesa, o advogado da associação, Nuno Vieira, elogiou a atuação das autoridades francesas, em contraponto com o que acontece em Portugal.

François Hollande “revela preocupação”, faz notar, dizendo estar ao mesmo tempo “profundamente chocado com a arrogância de algumas instituições portuguesas – ligadas diretamente à resolução do BES – que se têm recusado a reunir com os lesados e se escondem de todas as responsabilidades que o Estado de Direito lhes impõe”.

"Não é admissível num Estado de Direito democrático ser mais fácil dialogar com um chefe de Estado estrangeiro do que com as próprias instituições e banqueiros portugueses."


Recorde-se que o banco colapsou a 3 de agosto de 2014, quando o Banco de Portugal decidiu pela resolução que o dividiu em dois: banco mau e banco bom. Este tornar-se-ia no Novo Banco.

A decisão do Banco de Portugal ocorreu depois da apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros. 
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