O país inteiro tem ouvido falar, nos últimos anos, do boom das startups e da veia empreendedora dos portugueses. Agora, o estudo Empreendedorismo 2007-2015 vem traçar um retrato com números atestando a capacidade de criação de novos negócios deste tipo em Portugal. Só no ano passado, nasceram 35.500 startups.
A média anual de constituição foi de 31 mil entre 2007 e 2015, mas este último foi mesmo o melhor ano para o empreendedorismo em Portugal, com mais de 35.500 novas empresas criadas.
O estudo, realizado pela Informa D&B, indica que no período em análise foram constituídas 309.550 empresas e outras organizações, o que representa uma média anual de 34 mil, das quais 31 mil são empresas.
Já entre 2008 e 2012 houve uma queda na criação de novas empresas, com exceção no ano de 2011, “em que a possibilidade de constituição de empresas com capital social mínimo de um euro por sócio impulsionou os nascimentos”. A meio desse ano, a troika veio para Portugal, numa altura em que o país atravessava mais uma complicada crise, que se traduziu em forte austeridade nos anos seguintes.
No entanto, nesta área das startups, 2013 marcou o "início um ciclo de expansão" que culminou em 2015 como o "melhor ano para o empreendedorismo em Portugal, com o maior número de constituição de novas empresas desde 2007”.
Quantas sobrevivem?
Num universo de 47 mil empreendedores por ano, 64% são empresários pela primeira vez e 76% assumiram a gestão das empresas que criaram.
De 2010 a 2014, 94% das startup foram fruto de iniciativa individual, tendo como sócios exclusivamente pessoas singulares, com as entidades investidoras a entrarem no capital de apenas 6% destas empresas”.
Quanto ao volume de negócios, o crescimento médio é de 136% no primeiro ano, “triplica após dois anos de atividade e é quase cinco vezes maior no final do sétimo ano”.
Quanto ao número de empregados, “as empresas crescem de modo menos acelerado”, com uma média de 34% no primeiro ano, “duplicando apenas após sete anos de atividade da empresa”.
Cerca de dois terços das empresas sobreviveram ao primeiro ano de atividade, entre 2007 e 2015. Mais de metade (52%) ultrapassaram o terceiro ano e 41% sobreviveram ao quinto ano, atingindo a idade adulta. No sétimo ano, apenas um terço das empresas mantém atividade.
Quais os melhores setores?
A agricultura, pecuária, pesca e caça têm uma taxa de sobrevivência mais elevada, ao contrário dos setores do alojamento e restauração e construção.
A criação de empresas de serviços lideram em todas as regiões do país. Grande parte (34,8%) concentra-se na área metropolitana de Lisboa. Na região Norte, o retalho, indústrias transformadores e construção estão em destaque.
Outro dado importante é que “nas empresas mais jovens há maior proporção de mulheres no topo”. A gestão e liderança femininas atingem os 35,2% e os 32,3%, respetivamente.
De recordar que o Governo lançou recentemente o programa StartUp, com o qual pretende criar uma rede nacional de incubadoras para interligar as mais de 60 que existem no país e promover a cooperação de recursos físicos e conhecimento.