Daniel Bessa: «actual legislação do trabalho é rígida» - TVI

Daniel Bessa: «actual legislação do trabalho é rígida»

Daniel Bessa

Economista considera que «não serve para promover emprego»

O economista Daniel Bessa considerou este sábado que a actual legislação laboral, «tão rígida» mas na qual «ninguém quer mexer», não promove a criação do emprego e atira os trabalhadores para contratos a prazo e recibos verdes.

«Podemos pôr-nos numa posição de defesa absoluta e de total inflexibilidade no que se refere à legislação do trabalho e não aceitar inovação nenhuma. Mas essa legislação do trabalho tão rígida, em que ninguém quer mexer, não serve hoje para fazer um único emprego novo», afirmou o antigo ministro da Economia do Governo de António Guterres, cita a Lusa.

Daniel Bessa salientou que devia ser do conhecimento dos portugueses que a maioria do emprego que existe em Portugal hoje «está em contratos a prazo e em recibos verdes e que aquela legislação que se torna necessário defender a qualquer custo serve para empurrar mais de metade dos portugueses para contratos a prazo e para recibos verdes».

Defendeu, por isso, uma discussão sem tabus nesta matéria.

«O que é importante é que esta situação se discuta sem tabus e não ignorando que às vezes a defesa até ao limite daquilo que temos, parecendo por vezes muito bonita, conduz a um resultado que é desastroso e não serve para contratar ninguém», comentou o economista.

Relativamente à proposta hoje lançada por Alexandre Relvas para a criação, em paralelo, de novos contratos com flexibilidade total, Daniel Bessa referiu que o que se pretende não é «mexer no que está feito para trás», mas alterar o que pode ser feito no futuro.

Questionado sobre o facto de, enquanto figura ligada ao PS, estar agora associado a um fórum promovido pelo PSD, Daniel Bessa desvalorizou e disse não temer críticas.

«Este não é o momento de discutir pessoas, estão aqui a discutir-se políticas e algumas das coisas que estão aqui - umas mais fracturantes que outras - têm de ter um consenso generalizado», afirmou.

«As propostas que estão aqui a ser discutidas têm condições para serem aceites, uma mais outras menos, por todos os governos. Da extrema esquerda à extrema direita do leque político, se as pessoas quiserem ter o interesse genuíno por aquilo que os cidadãos dizem e apresentam e sugerem, do PCP e do BE até a CDS e outros, encontrarão aqui motivos e propostas em que se reconhecem perfeitamente», rematou Daniel Bessa.
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