Empreendedorismo: a «febre» de ideias que contagiou 9 amigos (V) - TVI

Empreendedorismo: a «febre» de ideias que contagiou 9 amigos (V)

Bainha de Copas, Aladina, Estado d'Graça, O Meu Monstrinho, Be With Me, Estúdio Fera, Eva Maria e Wallphabet. Projetos-paixão, para além do emprego

A Bainha de Copas já tem mais de 5.600 gostos no Facebook e, como se percebe, não para de crescer. No entanto, Graça não pensa dedicar-se em exclusivo ao projeto.

«Quando surgiu, surgiu também porque durante o dia ocupo muito um lado do meu cérebro, o lado esquerdo, mais racional, faço estratégia de marcas, e eu queria alguma coisa em que não tivesse de criar conceito nenhum. Eu gostava de cores, de padrões... Mas, esquece, rodeada desta gente não consigo fazer nada que não tenha um conceito, um nome. De qualquer modo, não consigo afastar-me daquilo que faço profissionalmente. Adoro mesmo o que faço».

Discussão à volta do conceito

O conceito. Também Susana Albiero estava cansada de «tudo na vida ter que ter um conceito». «Já me irritava isso. Mas porquê? Porque é que não pode ser simples? Aí veio O Meu Monstrinho. Ah, vamos fazer um boneco. Mas um boneco, existem tantos. E lá vem o conceito. Depois lá vem a história, depois lá vem o nome para a história e para o boneco. Quando vi, pronto, já estou no conceito também. A realidade é que só assim funciona. Dar um real valor à coisa».

No caso d'O Meu Monstrinho, «o que chama atenção é justamente a história que vem por trás. Se fosse só um boneco era só mais um no meio da multidão. A história dos medos é que diferencia».

Nini defende que quando as pessoas têm quatro ou cinco ideias, só há uma certeza: não é nenhuma delas. «Quando temos uma ideia, que realmente achamos que é por ali, nem desfocamos».

BE WITH ME (e outra vez a discussão à volta do conceito)

No caso de Margarida, desde pequena que tem uma grande paixão pelos acessórios. «Sempre adorei colares e pulseiras, malas e tudo por aí fora». Comprava colares ou pulseiras e acabava por transformá-los ao seu gosto. Depois, para as amigas.

O projeto surgiu empurrado pelo ambiente onde trabalha. É a única que não integra o departamento criativo, mas sim o comercial. Mas também foi contagiada.

Quis estruturar uma coisa com pés e cabeça e as amigas, claro, ajudaram. Nasceu a Be With Me.

«Eu comecei a usar bijuteria depois da Be With Me», adianta logo Alexandra. «Também as cores surgiram na minha vida por causa da Bainha de Copas», acrescenta Susana. A rede, o «nó», outra vez.

E voltamos à discussão sobre o conceito ou a falta dele. Margarida disse que as suas ideias não surgem por conceitos. «Não penso, muitas vezes não racionalizo». Alguém diz: «Mas tens de ter um conceito!».

Margarida continua e explica que «a coisa acaba por acontecer, ou através de pesquisas ou do meu gosto e fusão de duas ou três questões. Não penso primeiro numa ideia base que depois contamina as minhas peças. Mas ao contrário. Acabo por pensar numa mescla de materiais, de cores, que acabam por tomar corpo e depois disso posso pensar que podem fazer parte de uma linha, com um determinado conceito».

«Mas a tua marca tem um conceito, que nós nos esforçamos por te lembrar todos os dias», frisa Alexandra. Nini esclarece: «O conceito dela é que todo o acessório é essencial».

«Não sou obstinada com a questão do conceito. Acho que há coisas que surgem antes do conceito», conclui Margarida.

Já Sofia é o seu oposto. Vive de conceitos. «O Estúdio Fera foi mais um veículo para eu criar conceitos e canalizar ideias, que são imensas. Apaixono-me e tenho uma fé incrível naquela ideia». As amigas exemplificam como ela fica quando tem uma ideia: arregala os olhos numa expressão muito própria. Sinal de lâmpada ligada.

E a rede continua...
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