A multinacional norte-americana Kemet Electronics anulou o processo de despedimento coletivo de 154 trabalhadores da fábrica de Évora e a deslocalização de parte da produção para o México, disse fonte sindical à Lusa.
O delegado sindical e dirigente do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), Hugo Fernandes, revelou à agência estatal que os trabalhadores da unidade fabril receberam, «esta manhã, um comunicado» da administração «a dizer que anulavam o processo do despedimento coletivo».
«Os trabalhadores congratulam-se com o recuo da administração», afirmou o sindicalista.
No entanto, realçou, o documento «deixa no ar a hipótese» de a multinacional «desencadear um novo processo» de despedimento coletivo, «noutra altura».
O delegado sindical disse, pois, que vai exigir à administração da fábrica «uma reunião o mais breve possível», para informar os trabalhadores sobre quais as perspetivas da atividade da unidade fabril para o futuro.
A Lusa contactou a administração da fábrica de Évora da Kemet Electronics, mas nenhum responsável se mostrou disponível para confirmar a decisão de suspender o despedimento coletivo ou para prestar declarações.
A administração da unidade alentejana tinha informado os sindicatos, no final de novembro, sobre a sua intenção de avançar com o despedimento coletivo de cerca de metade dos trabalhadores, num total de 154, e deslocalizar a produção de condensadores de tântalo para o México.
Os trabalhadores já tinham agendado uma greve para quinta e sexta-feira desta semana, contra o despedimento coletivo, tendo o sindicalista revelado hoje que o pré-aviso se mantém.
Os funcionários, disse, vão reunir em plenário na primeira hora do turno, nesses dois dias, para discutir qual será a sua posição perante a decisão da administração.
A fábrica de Évora da Kemet Electronics, que emprega cerca de 320 trabalhadores, produz condensadores de tântalo para telemóveis e para a indústria automóvel.
Évora: Kemet anula despedimento coletivo de 154 pessoas
- Redação
- 14 jan 2013, 19:32
Deslocalização de parte da produção para o México já não vai acontecer, pelo menos por agora
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