Depósitos dos portugueses caem pela primeira vez em três anos - TVI

Depósitos dos portugueses caem pela primeira vez em três anos

  • ALM com Lusa
  • 9 mai 2017, 12:44

Banco de Portugal diz que famílias estão a preferir aplicações de poupança alternativas, nomeadamente, instrumentos de dívida

Os portugueses estão a depositar menos dinheiro nos bancos, consequência da opção por outras opções de poupança

De acordo com a nota de informação estatística do Banco de Portugal (BdP) publicada esta terça-feira, os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam os 138,8 mil milhões de euros no final de março de 2017, refletindo uma taxas de variação anual negativa (tva) (-0,4%) pela primeira vez nos últimos três anos.

A redução dos depósitos reflete a preferência das famílias por aplicações alternativas para a poupança, nomeadamente, instrumentos de dívida pública”, justifica a instituição.

Contudo, o BdP sinaliza que nos depósitos a menos de dois anos, que representam mais de ¾ do total de depósitos de particulares, a tva é de 10,2%.

Na área do euro, a tva dos depósitos de particulares média foi de 4%.

Também em março, os empréstimos concedidos pelos bancos a sociedades não financeiras, ou seja, empresas e a particulares (habitação) continuaram a apresentar tva negativas, que se situaram em -2,3% e -2,7%, respetivamente, por comparação com -2.6% e -2,8% registados em fevereiro 

No conjunto da área do euro, as tva nos empréstimos a sociedades não financeiras e a particulares (habitação) foram de 1,6% e 3,0%, respetivamente, superiores às tva de 1,5% e 2,8% observadas em fevereiro, acrescenta.

Juro médio dos empréstimos continua em queda

O BdP divulgou hoje também que, em março, a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras (empresas) foi de 2,71%, inferior aos 2,89% registados em fevereiro, apresentando um novo mínimo histórico da série.

A redução daquela taxa verificou-se tanto nas operações abaixo de um milhão de euros como acima de um milhão de euros, com as taxas a fixarem-se em 3,16% e 2,04%, respetivamente.

O volume de novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras em março foi de 2,591 mil milhões de euros, comparativamente a 1,831 mil milhões de euros registados em fevereiro.

Nas novas operações de empréstimos a particulares para habitação, a taxa de juro média registou um novo mínimo histórico da série de 1,77%, enquanto no crédito ao consumo e para outros fins as taxas de juro médias foram de 7,48% (7,58% em fevereiro) e de 3,83% (4,13% em fevereiro), respetivamente.

Os volumes de novas operações de empréstimos para habitação, consumo e outros fins totalizaram, respetivamente, 720 milhões, 393 milhões e 201 milhões de euros.

No mesmo mês, a taxa de juro média dos novos depósitos, até um ano, de sociedades não financeiras fixou-se em 0,20%, dois pontos base abaixo da observada em fevereiro.

No caso dos particulares, o valor médio da taxa de juro dos novos depósitos até um ano foi de 0,29%, 1 ponto base inferior ao verificado em fevereiro.

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