EDP investe 900 mil euros em Montalegre - TVI

EDP investe 900 mil euros em Montalegre

Eletricidade

Empresa quer evitar cortes de energia elétrica

A EDP vai investir 900 mil euros na melhoria da rede elétrica de Montalegre e, assim, evitar os cortes de energia que atualmente afetam algumas localidades do concelho «em certas ocasiões», avançou esta sexta-feira o presidente da câmara.

Fernando Rodrigues disse-se «satisfeito» pelo investimento da empresa, considerando-o justo. «Há todo o direito a reclamar pelo serviço de qualidade, até porque, temos várias barragens que muito contribuem para os lucros da EDP», afirmou.

Apesar disso, o autarca reconhece o «esforço» da empresa no concelho de Trás-os-Montes que, ao longo dos últimos anos, tem investido «muitos milhões» em linhas de alta e média tensão, sistemas alternativos de abastecimento e melhoramento das redes de iluminação pública.

«Estamos certos que só uma empresa como a EDP faria os investimentos que faz porque, em muitas aldeias, há poucos clientes e consumos reduzidos», disse.

«Pena é que a EDP deixou de ter a participação pública do Estado e, desta forma, pertencer um pouco a todos os portugueses», comentou o autarca socialista.

O investimento de 900 mil euros permitirá fazer a substituição de lâmpadas, remodelação da rede elétrica, reforço das linhas, substituição dos condutores e instalação de telecomandos.

Durante mais de 20 anos, o Município de Montalegre travou um «braço-de-ferro» com a EDP pelo valor das rendas das barragens.

Montalegre tem instalado no concelho quatro barragens (Alto Rabagão, Alto Cávado, Paradela e Venda Nova), além de uma parte da barragem de Salamonde. No total, produzem cerca de 150 milhões de euros de energia elétrica anuais.

Para compensar os seus prejuízos, explicou Fernando Rodrigues, a EDP pagava uma renda anual de «cerca de 70 a 80 mil euros», tendo agora passado para os 700 mil euros.

O aumento do valor das rendas permitiu, avançou, aumentar as receitas próprias do município entre os 25 a 30%.

«Montalegre é o concelho que mais dinheiro recebe, mas é também aquele que mais energia hídrica produz e que tem mais barragens», realçou Fernando Rodrigues.

A próxima luta, segundo o presidente da câmara, será conseguir que a derrama seja paga em Montalegre, concelho no qual as barragens estão instaladas.

«Não faz sentido que a derrama seja paga em Lisboa ou em outros locais que sejam sede das empresas», terminou.
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