Repsol: Madrid rejeita represálias contra a Argentina - TVI

Repsol: Madrid rejeita represálias contra a Argentina

YPF

Numa mudança de discurso, Governo espanhol prefere uma condenação internacional e não pretende penalizar população argentina

O Governo espanhol suavizou as críticas relativamente à decisão argentina de nacionalizar a YPF, filial da Repsol, optando por evitar a referência a «represálias» e preferindo agora que a condenação seja internacional, segundo fontes conhecedoras do processo citadas pela Lusa.

Depois da dureza de há uma semana, em que considerou a decisão «hostil», Espanha tem vindo a atenuar os comentários sobre uma decisão de Kirchner que «não foi amistosa».

A agenda centra-se agora em procurar manter a pressão em organismos internacionais, como a União Europeia, com Madrid a afirmar que expropriações são um instrumento legítimo dentro da soberania de qualquer país, mas que as leis e os acordos têm que ser respeitados.

Fontes conhecedores do processo chegam a referir-se a termos como «singularizar a Argentina como uma anomalia» nos fóruns internacionais, com Madrid a considerar que o impacto no país se fará sentir, a médio prazo, em termos de comércio e investimento.

Ainda que a decisão argentina tenha sido fortemente condenada, Madrid não concretizou - nem o deve concretizar, segundo fontes conhecedoras do processo - quaisquer medidas de represália e não antecipa medidas que afetem a população argentina.

Um eventual corte nas importações de biodiesel - com um impacto económico insignificante - é, para já, o único passo concreto dado por Madrid, apesar das muitas ameaças e dos repetidos anúncios de «medidas concretas».

As mesmas fontes classificam a decisão sobre a YPF a «gota de água» que acabou com a paciência de muitos parceiros internacionais descontentes com a forma como a Argentina tem atuado nos últimos anos. No caso da Repsol, Madrid acusa Buenos Aires de aplicar um «muro de silêncio» face às repetidas tentativas do Governo espanhol de discutir o assunto.

Presencialmente ou pelo telefone, incluindo através de gestões de vários ministros, o Governo espanhol não consegue debater com o Governo argentino há várias semanas, com a porta a fechar-se praticamente a todos os contactos.

Os únicos «compromissos» foram, teoricamente, alcançados numa reunião que o ministro da Industria espanhol manteve com o ministro do Planeamento e da Energia argentino - manter o diálogo e criar uma equipa de trabalho conjunta para analisar o assunto.

Buenos Aires desmentiu publicamente ter havido qualquer acordo, o Governo espanhol queixa-se de aspetos jurídicos do processo de nacionalização.
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