A proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) confirma o compromisso do Governo com a consolidação orçamental, mas não resolve completamente os riscos resultantes do baixo crescimento e dos problemas existentes no setor financeiro, segundo a Fitch Ratings.
A proposta está de acordo com a nossa visão de que as autoridades portuguesas vão continuar a limitar o défice orçamental, apesar da retórica anti-austeridade do Governo e de algumas medidas de política popular, tais como o aumento de salários do setor público e a melhoria das pensões", lê-se numa análise hoje feita pela agência de notação financeira.
O maior risco para o cumprimento do défice em 2017 relaciona-se mesmo com o fraco crescimento que está suportado no consumo privado. Além disso, diz a Fitch, as medidas fiscais do orçamento não incentivam o investimento. E as perspetivas para o sistema bancário mantém-se fracas.
O documento que o Executivo de António Costa submeteu a Bruxelas na semana passada aponta para um défice orçamental geral de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, abaixo dos 2,4% projetados para 2016 mas para este ano, a Fitch mantém a previsão de um défice de 2,7%.
A agência norte-americana sublinha ainda a previsão de uma dívida pública de 128% em 2017.