Recomendações do TC levam a poupanças de 100 ME em 2013 - TVI

Recomendações do TC levam a poupanças de 100 ME em 2013

TC aponta risco de aumento de despesa no Estado

Dados constam do relatório de atividades do TdC de 2013 que será apresentado em breve

As recomendações do Tribunal de Contas (TdC), que levaram a obras canceladas e processos revistos, permitiram que as entidades públicas poupassem mais de 100 milhões de euros no ano passado, disse esta terça-feira o presidente da entidade.

Os dados constam do relatório de atividades do TdC de 2013 que será apresentado em breve e foram divulgados hoje por Guilherme d'Oliveira Martins no encerramento num congresso europeu de contratação pública eletrónica, em Lisboa.

«Em resultado da sua ação, o tribunal salienta o elevado grau de acatamento das suas recomendações e uma efetiva poupança gerada ao nível da despesa de mais de 100 milhões de euros, com origem na redução dos valores contratados e em processos cancelados a pedido das entidades fiscalizadas», afirmou Guilherme d'Oliveira Martins no discurso de encerramento do congresso, a que a agência Lusa teve acesso.

Em contexto de crise, Guilherme d¿Oliveira Martins indicou que, entre 2011 e 2013, «houve uma redução em 47,52% do número de contratos de empreitada de obras públicas submetidos a visto, a par de um aumento em 70,11% dos processos relativos a fornecimentos, em especial os provenientes do sector púbico empresarial».

O presidente do TdC considerou que, apesar desta contração, «a atividade contratual pública continua a ser uma das principais fontes de despesa pública» e, admitindo que «a importância cresça», defendeu que «é fundamental que essa evolução ocorra num quadro de maior exigência e rigor no que respeita ao cumprimento da disciplina financeira e orçamental e de maiores responsabilidades no que toca à qualidade da despesa pública».

No ano passado, o controlo prévio sobre as contratações públicas de que o TdC é responsável «incidiu sobre 2.000 processos, remetidos por 750 entidades, a que correspondeu um volume financeiro de 4.442 milhões de euros», indicou o responsável.

Desses, o TdC atribuiu visto com recomendações (para correção futura das irregularidades) a um «total de 450 processos, no valor de 1.118 milhões de euros».

Por outro lado, o tribunal recusou 54 contratos ¿ que representavam um total de 300 milhões ¿ com base em violações do Código de Contratos Públicos, como a omissão de procedimentos concorrenciais «e outras ilegalidades com impacto no resultado financeiro».

Para o presidente do TdC, «a função de fiscalização prévia tem uma dimensão pedagógica significativa que se traduz no facto de, durante a apreciação dos processos, serem corrigidos vários elementos que não estejam de acordo com a lei e que possam ser corrigidos».

Guilherme d¿Oliveira Martins considerou ainda que «os cidadãos serão cada vez mais exigentes no escrutínio da despesa pública e das opções tomadas nesse contexto».

«Falar hoje de compras públicas é refletir sobre a modernização do Estado e abrir horizontes novos no sentido da boa utilização do dinheiro dos contribuintes, da consolidação do Estado encarado como pessoa de bem e da consagração de um sistema transparente» e de responsabilização, concluiu.
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