Fecho dos estaleiros afeta «mais de 4.000 postos de trabalho em Viana - TVI

Fecho dos estaleiros afeta «mais de 4.000 postos de trabalho em Viana

Ansiedade em Viana devido ao futuro dos estaleiros

CIM do Alto Minho está «preocupada» com «impacto negativo» do encerramento dos estaleiros na região

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A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho admitiu esta sexta-feira «preocupação» pelo «impacto negativo» do encerramento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para a economia da região, ameaçando mesmo 4.000 empregos indiretos.

Em comunicado enviado à agência Lusa, aquela CIM, que congrega todas as dez autarquias do distrito de Viana do Castelo, «manifesta a sua solidariedade» com os mais de 600 trabalhadores dos ENVC.

E expressa, ao mesmo tempo, «preocupação pelo impacto negativo» da decisão de encerramento dos estaleiros «no agravamento da situação económica e social do Alto Minho».

«Não apenas no que se refere à destruição líquida de emprego direto, mas também no que respeita aos riscos e incerteza gerados aos mais de 4.000 postos de trabalho indiretos na região associados à atividade dos ENVC», lê-se no comunicado.

Além disso, aquele órgão recorda que a decisão de «despedimento coletivo» dos 620 trabalhadores dos estaleiros não apresenta «quaisquer garantias reais» da integração destes na subconcessionária selecionada.

Em causa está a adjudicação da subconcessão dos terrenos, equipamentos e infraestruturas dos estaleiros à Martifer até 2031. Essa subconcessão, pela qual o grupo português pagará anualmente, ao Estado, 415 mil euros, será assumida já em janeiro pela nova empresa a criar para o efeito, denominada de West Sea e que pretende recrutar 400 dos atuais 620 trabalhadores dos ENVC.

Em paralelo, a empresa pública será encerrada e o Estado gastará 30,1 milhões de euros nas indemnizações a pagar aos trabalhadores, que serão despedidos.

Esta foi a solução definida pelo Governo português depois de encerrado o processo de reprivatização dos ENVC, devido à investigação de Bruxelas às ajudas públicas atribuídas à empresa entre 2006 e 2011, não declaradas à Comissão Europeia, no valor de 181 milhões de euros.

Por esse motivo, o órgão que dirige a CIM «repudia» a «flagrante duplicidade de critérios que tem vindo a ser usada pela Comissão Europeia e pela generalidade dos Estados Membros», relativamente «às brutais restrições existentes aos apoios públicos à indústria naval».

«Contrastando com o generoso apoio disponibilizado à indústria automóvel e aeronáutica e, em particular, com o gigantesco apoio dado com o dinheiro de todos os contribuintes para salvar o sistema financeiro», lê-se ainda no mesmo comunicado.
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