Fed pede ao Congresso para evitar «precipício orçamental» - TVI

Fed pede ao Congresso para evitar «precipício orçamental»

Ben Bernanke

Incerteza sobre esta matéria estará a retrair o consumo e o investimento, avisa Ben Bernanke

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O presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana apelou ainda na terça-feira ao Congresso e à Administração Obama para que firmem um acordo para impedir o aumento automático de impostos e o corte das despesas públicas a partir de janeiro.

Sem um acordo político no Congresso até ao final do ano, o chamado precipício orçamental - combinação automática de cortes na despesa e aumentos nos impostos, por via da extinção de uma série de isenções fiscais e de benefícios sociais - entra em vigor a 1 de janeiro.

A incerteza sobre esta matéria estará a retrair o consumo e o investimento, avisou Ben Bernanke, num discurso proferido no Economic Club de Nova Iorque, citado pela Lusa.

Resolver o «precipício orçamental» iria evitar um choque severo e repentino na economia, bem como ajudar a combater o desemprego e a impulsionar o crescimento, referiu Bernanke, acrescentando que isso faria de 2013 «um ano muito bom para a economia norte-americana».

«Uma economia mais forte, por sua vez, vai reduzir o défice e contribuir para atingir a sustentabilidade de longo prazo» nas contas públicas dos Estados Unidos.

Quando questionado sobre se a Fed pode aligeirar o impacto do «precipício orçamental», Bernanke foi perentório no aviso: «No pior cenário, em que a economia cai no «precipício orçamental» mais amplo, não creio que a Fed tenha as ferramentas para compensar isso».

O presidente da Reserva Federal disse ainda que a gravidade da recessão sentida nos Estados Unidos aquando da crise financeira de 2008 pode ter mitigado a taxa de crescimento potencial do país, sem, no entanto, ter especificado em que medida nem por quanto tempo o crescimento mais lento do que o normal pode persistir.

No longo prazo, a economia norte-americana cresceu, em média, 2,5% ao ano. Os economistas preveem que o crescimento no terceiro trimestre seja revisto em alta para os cerca de 3%, acima das estimativas iniciais do governo federal, de 2%. No entanto, os analistas antecipam que o ritmo de crescimento da economia norte-americana está a abrandar, caindo abaixo dos 2% no último trimestre do ano.

Bernanke disse que há vários fatores a penalizar o crescimento económico: o desemprego de longa duração está a ter um impacto negativo nas competências de muitos trabalhadores e, ao mesmo tempo, faz com que algumas pessoas que perderem o seu posto de trabalho tenham deixado de procurar emprego.

As empresas, por seu lado, gastaram menos em maquinaria, produtos informáticos e outros bens, reduzindo a capacidade de produção e, além disso, regras mais apertadas ao crédito e a incerteza sobre a economia desencorajaram potenciais empresários de formarem mais companhias, considerou ainda o presidente da Fed.
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