Grécia: ministros ainda vão discutir valores do resgate - TVI

Grécia: ministros ainda vão discutir valores do resgate

Eurogrupo

Pacote total não pode ultrapassar os 130 mil milhões. Mas a Grécia precisa de mais. E ainda não está fechado o valor do perdão pelos credores privados. No topo de tudo isto, são precisas regras e controlo apertados para que a Grécia aplique tudo à risca

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Os ministros das Finanças da Zona Euro, que estão reunidos esta tarde em Bruxelas, para debater o segundo resgate à Grécia, mostram-se otimistas quanto a uma tomada de decisão final ainda hoje. Mas ainda há muita coisa por definir: o valor do plano, o valor do perdão por parte do sector privado ( e eventualmente do Banco Central Europeu), e ainda uma forma de monitorizar apertadamente a aplicação do programa pela Grécia, para se certificarem que o que aconteceu com o primeiro resgate não se repete.

À entrada da reunião, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, admitiu que «a Grécia cumpriu muitos dos esforços preparatórios que exigimos. Temos de concluir este assunto hoje, não há mais tempo a perder».

Mas, sublinhou, «ainda há questões» a decidir, como «o valor do contributo do sector privado e como é que os credores privados se encaixarão no acordo, e teremos de falar sobre o montante global do segundo programa. Não podemos exceder os 130 mil milhões de euros».

O próprio ministro das Finanças grego mostrou-se otimista e disse-se pronto para chegar a acordo quanto a estas matérias, nesta reunião. Também o homólogo alemão entrou com a mesma expectativa: «Hoje pretendemos finalizar a decisão sobre o novo resgate à Grécia», disse. «Mas ainda há detalhes a discutir. Ainda precisamos de clarificar o envolvimento dos credores privados, para termos a certeza de que a Grécia não ultrapassará os 120% de dívida em 2020».

A ministra austríaca, Maria Fekter, foi mais específica: «Haverá um intenso debate sobre a monitorização e como poderemos ver se a Grécia implementa o que acordámos. Se a Grécia não aplicar as medidas, não conseguirá regressar ao crescimento, que é o mais importante».

Para além disso, «vamos discutir como é que isto será feito, por um lado por uma monitorização permanente da implementação das medidas, e por outro, a verificação sobre a finalidade que está a ser dada ao dinheiro. O que aconteceu no passado, em que os milhões de euros entregues à Grécia foram empregues em consumo e não se construiu nenhum infraestrutura, nenhuma modernização do Estado, não deve repetir-se».

«Vamos discutir a falta de financiamento (os 130 mil milhões de euros podem não chegar para garantir que a dívida baixe para níveis sustentáveis), e ainda como haverá mais apoio por parte dos credores privados. Ainda não sabemos quantos farão parte do acordo nem como é que esse gap será coberto pelos bancos nacionais ou pelo Banco Central Europeu (BCE)». Do seu ponto de vista, os Estados não podem ser mais sobrecarregados.

O ministro francês disse, também antes do encontro, que considerava existirem todos os elementos para chegar hoje a acordo.

Segundo a imprensa finlandesa, Atenas e Helsínquia assinaram um acordo colateral, para que a Finlândia participasse no segundo programa.

A Comissão Europeia considera que, se o acordo grego for fechado, isso terá um impacto positivo para Portugal.
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