Grécia: resgate com aprovação política da Zona Euro - TVI

Grécia: resgate com aprovação política da Zona Euro

Eurogrupo

OK final ao segundo programa de ajuda deve ser dado na quarta-feira

O novo pacote de resgate à Grécia foi um dos temas quentes da reunião do Eurogrupo de segunda-feira. A Zona Euro deu a sua aprovação política ao novo empréstimo, com o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker a dizer que os apelos para a Grécia sair do euro são «estúpidos».

A «luz verde» formal ao novo programa de ajuda deverá ser dada na quarta-feira. A participação dos credores privados no perdão da dívida era uma das condições impostos pela troika.

Depois disso, a União Europeia vai dar o aval ao programa, que envolve mais de 100 mil milhões de euros. Já o FMI deve adotá-lo na quinta-feira.

Prevê-se que a dívida grega vá descer para os 117% do PIB em 2020. Uma quebra histórica no país.

O ex-ministro da Economia grego, atual detentor da pasta da Administração Interna do Governo de coligação, disse em Atenas que o problema da Grécia é o défice e a economia não sustentada. Não a dívida.

Michaelis Chrisochoidis, socialista do PASOK, afirmou num encontro com jornalistas europeus, em que a Lusa participou em Atenas, que é preciso inverter a imagem que o «mundo» atualmente tem da Grécia, sobretudo desde que foram anunciadas as reformas que estão a ser aplicadas em troca do resgate financeiro internacional.

«Há discussões que ferem os sentimentos das pessoas que perderam pensões. Às vezes fala-se deste país como um país que era muito feliz e muito rico e que, de repente, caiu porque dizem que nós não trabalhamos. Este é um dos países da Europa que cumpre mais horas de trabalho. É preciso ver que o problema da Grécia não é a dívida é o défice».

«Este país aderiu à Comunidade Económica Europeia em 1981 e nessa altura a Grécia tinha 8 milhões de turistas. Eu pertenço a uma geração que produzia, exportava que era competitiva e que tinha capital humano, mas depois perdemos todos estes valores. Perdemos a nossa produção, a competitividade e as exportações e passámos a ser um país de importações».

Grécia saberá aproveitar «esforço sem precedentes»

O ministro das Finanças portuguêsmanifestou-se convicto, em Bruxelas, de que as autoridades gregas saberão aproveitar bem o «esforço sem precedentes» dos parceiros da Zona Euro.

Falando à saída de uma reunião do Eurogrupo, Vítor Gaspar disse que «efetivamente» está em causa «um esforço sem precedentes, que será bem aproveitado pelas autoridades gregas para procederem ao ajustamento orçamental e criarem o apoio necessário para as reformas estruturais profundas».

O ministro disse que «o Eurogrupo congratulou-se com a conclusão bem sucedida da operação de envolvimento do setor privado na reestruturação da divida grega», assim como pelo «facto de as autoridades gregas terem praticamente completado a totalidade das ações prévias a que estavam comprometidas de acordo com o calendário acordado».

Frisando que a operação de reestruturação da dívida teve um resultado até melhor que o esperado, Vítor Gaspar sublinhou que este «deve ser usado para diminuir efetivamente o desequilíbrio da divida grega e não para atenuar o esforço de consolidação orçamental na Grécia», tendo já Atenas garantido que tal sucederá.

Na última sexta-feira, a Grécia evitou a bancarrota ao alcançar um acordo para a participação dos seus credores privados na maior operação sempre de um perdão parcial de dívida, dando assim o passo que faltava para ver aprovado pelo Eurogrupo um novo programa de ajuda.
Continue a ler esta notícia