Competitividade: Portugal no penúltimo lugar. Só a Grécia é pior

Portugal ficou em penúltimo lugar num ranking de competitividade que compara oito economias europeias, realizado para a Caixa Geral de Depósitos (CGD) pela Augusto Mateus & Associados.

Citada pela Lusa, esta lista coloca o nosso país a par com Itália e Espanha e à frente apenas da Grécia, situando-se nesta matéria atrás da Hungria, Eslováquia, República Checa e Polónia.

Numa nota temática da CGD intitulada «O campeonato da competitividade: O caso de Portugal», o autor Rui Moreira de Carvalho constata que «as economias do alargamento da União Europeia de 2004 surgem mais bem posicionadas do que as parceiras do sul europeu».

No que diz respeito ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o estudo realça que o contributo da procura interna «tem sido mais intenso na Polónia, sendo mesmo o único dos oito países que contou com a procura interna para crescer em 2012. Inversamente, é em Portugal e na Grécia que a procura interna mais tem contribuído para a contração da economia no conjunto da UE27».

Para o presidente da comissão executiva da CGD, José de Matos, o documento expõe «as oportunidades de melhoria da competitividade da economia portuguesa nos domínios do crescimento, do emprego, do investimento, da globalização, do endividamento e da estratégia Europa 2020».

Nesse sentido, o estudo conclui que, em termos de crescimento, Portugal «ocupa a quarta posição entre as oito economias selecionadas», apresentando o segundo pior desempenho, a seguir à Grécia, no contributo da procura interna para o PIB.

Ficando em quarto lugar no campo do emprego, com particular destaque para a taxa registada junto das mulheres, de acordo com o documento, Portugal fica-se pelo penúltimo lugar, novamente acima da Grécia, em relação a investimento.

«Portugal destaca-se pelo pior sentimento económico, pelo pior contributo do investimento para a variação do PIB e pela pior evolução da intensidade de capital, a par de Itália, bem como pela segunda pior evolução da formação bruta de capital fixo», escreveu o autor.

Quinta posição no índice relativo à globalização, o endividamento vê Portugal cair, mais uma vez, para a penúltima posição, destacando-se «pelo pior desempenho na posição líquida de investimento internacional, a par de Hungria, e pelo pior desempenho na dívida do setor privado».

Já em relação à estratégia Europa 2020, Portugal coloca-se em terceiro lugar, atrás de República Checa e Eslováquia, com «o melhor desempenho em termos de energias renováveis e o segundo melhor desempenho no emprego e no investimento em I&D».