Supervisor bancário: França insta 27 a alcançarem acordo - TVI

Supervisor bancário: França insta 27 a alcançarem acordo

François Hollande (retrato oficial)

Ministro das Finanças francês mostrou-se disposto a aceitar que o BCE apenas controle diretamente as entidades sistémicas

O ministro francês das Finanças instou os seus homólogos europeus a alcançarem esta quarta-feira um acordo sobre o supervisor bancário único, mostrando-se disposto a aceitar que o controlo direto abranja apenas bancos com ativos superiores a 30.000 milhões de euros.

«Não venho a este Ecofin com a ideia de preparar o próximo. Os parâmetros para um acordo existem», afirmou Pierre Moscovici, à chegada à reunião extraordinária dos ministros das Finanças da União Europeia (UE) sobre o mecanismo único de supervisão bancária, que decorre em Bruxelas.

O mecanismo único de supervisão bancária para a zona euro, com entrada em funcionamento prevista para 01 de janeiro de 2013, deverá abranger todos os bancos da zona euro (cerca de 6.000), mas mesmo os países que não façam parte da moeda única podem também aderir, se assim o desejarem, adianta a Lusa.

O BCE será a instituição responsável pela supervisão do sistema bancário da zona euro, enquanto a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) terá um papel de regulador.

Nas declarações feitas hoje, o ministro francês mostrou-se disposto a aceitar que o BCE apenas controle diretamente as entidades sistémicas, tal como exige a Alemanha, que quer deixar os seus bancos regionais fora do controlo direto da instituição liderada por Mario Draghi.

Pierre Moscovici aceita também deixar de fora do controlo direto do BCE os bancos com ativos inferiores a 30.000 milhões de euros.

«Concordo em ser pragmático, em estabelecer um limite, em que haja uma coordenação entre o BCE e as autoridades supervisoras nacionais, mas tudo isto condicionado a que o limite não seja muito alto e que, em última instância, seja o BCE o responsável pela supervisão», afirmou o ministro francês.

Também os ministros das Finanças da Alemanha e da Suécia se mostraram confiantes na possibilidade de ser alcançado hoje um compromisso sobre o supervisor bancário único.

No entanto, o ministro sueco, Anders Borg, condicionou o seu apoio à criação de garantias para os países que não integram a zona euro - como a Suécia - não fiquem em desvantagem no processo de tomada de decisões.
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