"Tudo boas notícias". O Presidente da República congratula-se com a descida de 2,2 pontos percentuais na taxa de desemprego em Portugal, em março, para 9,8%. Foi o segundo melhor desemprego na zona euro, segundo o Eurostat, a seguir à Croácia.
É uma grande alegria, mais uma. Sobretudo por vir do Eurostat que é sempre muito rigoroso e muito duro nas estatísticas que apresenta".
À margem de um evento dedicado às Forças Armadas, no Hospital Militar do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que espera que este seja um sinal de que, estando a aproximar-se o meio do ano, haja mais crescimento da economia. O Presidente deixou esse aviso ao Governo no discurso do 25 de Abril, de que é preciso criar "mais riqueza". Voltou hoje a insistir no assunto.
Faz esperar, veremos se se confirma ou não, faz esperar resultados melhores em matéria de crescimento da economia e emprego melhores do que aqueles que tinham sido previstos por todos: Governo, Banco de Portugal, instituições europeias, OCDE. Se assim for é mais uma razão de alegria para todos os portugueses".
Os louros poderão ser atribuídos só ao atual Governo ou também ao anterior? O chefe de Estado não esquece que a crise foi um período "muito difícil" e que o Executivo PSD/CDS-PP conseguiu que a economia crescesse no final do mandato. "O crescimento económico no final do governo anterior foi limitado, mas houve um ano de crescimento económico que ficou num valor que contrastava com o período pior da crise".
Quanto ao atual Governo socialista, apoiado no parlamento por BE, PCP e PEV, "a grande dúvida era saber se governo confirmava tendência e se a melhorava". Ora, Marcelo diz que "parece confirmar-se e parece melhorar". Resumidamente, "tudo boas notícias".
O Eurostat acabou por confirmar hoje as estatísticas já avançadas pelo Instituto Nacional de Estatística. O desemprego está em mínimos de oito anos, em Portugal. Ter uma taxa abaixo de 10% é, para o primeiro-ministro António Costa, o "teste de algodão" para o sucesso da política levada a cabo pelo Governo.
À margem do mesmo evento, e a propósito da notícia de que os gestores de empresas cotadas em bolsa ganham até 100 vezes mais do que os trabalhadores, Marcelo pediu um "debate sério" sobre o assunto, admitindo ser algo "chocante" para a realidade portuguesa.