Portos: setor vale cerca de 5,5% do PIB - TVI

Portos: setor vale cerca de 5,5% do PIB

Greve nos portos

Valor é importante para perceber «peso e valor das medidas que sejam feitas para a dinâmica desta atividade»

Estudos realizados pelos portos de Leixões, Lisboa e Sines, citados esta terça-feira num seminário, no Porto, permitem estimar que atividade portuária - dos cinco portos nacionais - representa atualmente «cerca de 5,5%» do Produto Interno Bruto português.

Numa intervenção sobre «Os portos e a competitividade da economia portuguesa», no âmbito do Seminário «O mercado do Mar em Portugal e França», o diretor da Espírito Santo Research, Francisco Mendes Palma, considerou que este dado é «bastante significativo», principalmente para «sabermos o peso e o valor das medidas que sejam feitas para a dinâmica desta atividade».

O mesmo responsável referiu que «as exportações portuguesas crescem acima da dinâmica dos portos tanto em termos da dinâmica dos portos na carga contentorizada, como na carga a granel, e todas crescem acima da dinâmica do país».

Mendes Palma frisou que«¿em termos das exportações portuguesas de mercadorias e de bens transacionáveis tem havido uma dinâmica significativa e que este ano - os últimos dados que existem são de julho - continuamos com uma taxa de crescimento de cerca de 9%».

«Este perfil das exportações portuguesas e o enfoque que tem sido dado nos últimos anos pelo crescente peso das geografias fora da União Europeia são elementos relevantes porque estas geografias utilizam quase de uma forma exclusiva o transporte marítimo» para fazerem chegar os produtos, disse, citado pela Lusa.

No mesmo seminário, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, o presidente da Oceano XXI - Associação para o conhecimento e Economia do Mar, Ribau Esteves defendeu que neste âmbito é importante «não deixar que as coisas novas secundarizem os setores tradicionais».

«A Europa tem de investir nos setores novos, na biotecnologia e no mar profundo», mas, frisou Ribau Esteves, «é fundamental que consigamos estar ao mesmo tempo a fazer o investimento e o apoio aos setores tradicionais, aos portos, à pesca, ao setor da reparação e construção naval porque são aqueles que hoje dão emprego, que hoje geram riqueza e que hoje tem complementaridade com outros setores da atividade económica, para que nas sinergias entre todos possa haver crescimento».

As atividades ligadas ao mar consideradas na economia portuguesa empregam diretamente cerca de 75 mil pessoas. Paralelamente, a posição geoestratégica do país confere-lhe uma situação privilegiada em relação ao mar da UE e central relativamente às relações que se podem desenvolver com os países Africanos e Americanos do Sul.

O peso da França marítima é de 305 mil empregos e 52,1 mil milhões de euros de valor de produção.

Para ambos os países, o mar é considerado um vetor essencial do seu desenvolvimento. «Os 3 projetos de Autoestradas do Mar (AEM) que ligarão portos franceses e portugueses serão uns dos primeiros elos de ligação entre os dois países, mas há muito mais a aproveitar em termos de oportunidades de negócios e cooperação, incluindo a internacionalização», refere a organização do seminário.
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