Mais de 3 mil empresas entraram em insolvência este ano - TVI

Mais de 3 mil empresas entraram em insolvência este ano

Número de empresas a fechar portas desde o início do ano subiu 51% face a 2008

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Com a crise de pedra e cal e o acesso ao crédito por parte das empresas cada vez mais apertado, disparam os números de insolvências. Nos primeiros nove meses deste ano foram 3.039 as empresas a declarar insolvência, mais 9,63% que no mesmo período de 2009 e mais 51% que em 2008.

Dados do Instituto Informador Comercial (ICC) citados pelo «Diário de Notícias» mostram que muitas empresas aproveitaram os períodos de férias para anunciar as más notícias, já que 601 entraram em insolvência em Julho e Agosto.

O Porto continua a ser o distrito com maior número de falências: 774 até final de Setembro, mais 4,88% do que no ano passado. Seguem-se os distritos de Lisboa (595), Braga (444), Aveiro (260) e Setúbal (122).

É no comércio por grosso que se encontra o maior número de empresas que pediram a insolvência até Setembro deste ano: 408. Na lista de sectores em dificuldades, seguem-se o comércio a retalho (348 insolvências), indústria do vestuário (244), actividades especializadas na área da construção (172) e restauração (118).

Em termos relativos, os maiores aumentos percentuais face ao período homólogo do ano anterior ocorrem em áreas como serviços financeiros,

Pelo contrário, entre os fabricantes de produtos farmacêuticos, informática, seguros e serviços relacionados com a indústria extractiva não foram registadas insolvências.

Gestores de insolvência recebem com meses de atraso

Os administradores de insolvência, nomeados pelos tribunais para gerir empresas em dificuldades estão a receber os salários com vários meses de atraso. De acordo com o «Público», a lei prevê uma remuneração fixa de 2.000 euros por cada processo que acompanham, bem como uma provisão de 500 euros para suportar as despesas iniciais. No entanto, as notas de pagamento chegam a aparecer sete meses depois de serem destacados.

A falta de verbas e outras falhas ao nível da admissão e nomeação estão a prejudicar a gestão das falências em Portugal.

Nos documentos a que o jornal teve acesso, há pagamentos efectuados no segundo trimestre de 2010 referentes a processos que decorreram no ano passado. O atraso vai de três a seis meses, existindo um que chegou a três anos e meio.

Para a Associação Portuguesa de Gestores Judiciais (APAJ), este é um dos grandes problemas que estão a afectar a gestão das falências em Portugal. «O pagamento de honorários e o reembolso das despesas estão a ser liquidados com meses e meses de atraso», o que significa que «são os próprios administradores de insolvência que estão a financiar os processos», afirmou Raul Gonzalez, presidente da associação.
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