CGD: Costa lava as mãos sobre fecho de balcões, PSD fala em "privatização geringonçada" - TVI

CGD: Costa lava as mãos sobre fecho de balcões, PSD fala em "privatização geringonçada"

Primeiro-ministro diz que não cabe ao Governo interferir na gestão do dia-a-dia do banco público. PSD acusa António Costa de "fugir" e "ignorar" obrigações do Governo nesta matéria

Já sabemos que também PS, PCP e BE estão contra os encerramentos dos balcões da Caixa Geral de Depósitos, tal como estão programados. Contudo, o PSD não quis esperar que os partidos que apoiam o Governo questionassem o primeiro-ministro, no debate quinzenal, não fossem "arrepender-se" de assumir a discordância. 

"Não vá arrependerem-se e virarem-se para o PSD", Luís Montenegro quis saber que orientações deu o Governo para proteger o serviço público da Caixa e se concorda com o critério de fecho de balcões.

António Costa frisou que a o banco é público, mas deve ser gerido com "critérios de empresa e não com critérios políticos". E lavou as mãos de decisões daquele tipo (e de outros). 

É essencial assegurar que Governo não interferirá no dia a dia da Caixa seja para decidir concessão de crédito, seja para decidir política de pessoal, seja para decidir se abre um balcão nesta terra ou fecha noutra terra. O Governo não deve interferir no dia-a-dia da Caixa".

Para o primeiro-ministro, o importante é termos um "banco público, 100% público, devidamente capitalizado e que possa cumprir funções essenciais".

Costa frisou que o plano de reestruturação prevê redução de pessoal "sem despedimentos", por rescisões amigáveis ou reformas, e também a "reestruturação da rede de balcões assegurando o que é essencial, que em nenhum concelho deixa de haver CGD, que não deixa de haver acessibilidade, designadamente a emigrantes, e que não deixa de haver em áreas estratégicas para a economia portuguesa".

Mas Montenegro voltou a tomar a palavra para dizer que "esta é uma recapitalização às esquerdas" e que, "se fosse feita pela direita levantavam-se todas as vozes a dizer que estava em curso uma privatização encapotada da Caixa Geral de Depósitos".

Agora o que está em curso é uma privatização geringonçada da Caixa Geral de Depósitos. É a nova modalidade que o PS, o PCP e o BE apoiam neste Parlamento." 

E tal como o líder da bancada social-democrata tinha antecipado, o tema também suscitou questões por parte dos partidos mais à esquerda.

Catarina Martins, do BE, começou por sugerir que o Governo faz o que a DGCom quer. Depois, a porta-voz bloquista citou o administrador do banco, Paulo Macedo - que disse para ninguém pedir à Caixa para ficar nos sítios onde outros bancos não queriam ficar - para levantar a dúvida: "A questão é se a Caixa vai sair de sedes de concelho para outros privados ficarem lá operar. Isso seria desastroso".

Ao que o primeiro-ministro respondeu:

Não aceitamos tudo o que a DGCom queria. Não desejo a ninguém que tenha de negociar com a DGCom, agora nós temos que negociar de acordo com o que é o interesse nacional e o interesse nacional é que a Caixa não seja um pequeno banco, mas um banco nacional, acessível, de cobertura nacional. Julgamos que o acordo, o plano que foi aprovado, responde a estas necessidades e a cobertura do país está assegurada", vincou Costa.

O PCP também manifestou preocupação com a redução de postos de trabalho e aproveitou para ironizar, com uma alfinetada ao PSD.

"Mais vale tarde do que nunca. Ainda bem que o PSD está tão preocupado como nós em relação à redução de postos de trabalho."

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