"Não sei qual é o resultado da TAP, só sei que não será bom" - TVI

"Não sei qual é o resultado da TAP, só sei que não será bom"

Fernando Pinto recusa fazer previsões sobre os resultados da transportadora aérea portuguesa em 2015

O presidente executivo da TAP, Fernando Pinto, recusou-se, nesta terça-feira, a fazer previsões sobre os resultados da companhia aérea em 2015, referindo que serão afetados pela queda nos mercados brasileiro e angolano e pela retenção de receitas na Venezuela.

“Não sei qual é o resultado, mas só sei que não será bom. (...) É impossível dizer isso no momento. Uma empresa aérea depende muitos dos últimos dois meses. Ainda não sei os resultados de novembro”, afirmou Fernando Pinto, quando questionado sobre as previsões de resultados para 2015.

Em declarações num encontro com jornalistas, o presidente executivo da TAP explicou que Brasil, Angola e Venezuela são “três mercados extremamente importantes que sofreram, o que vai influenciar os resultados da empresa”.

Fernando Pinto adiantou que a média de passageiros do mercado brasileiro caiu bastante em 2015, apesar de nos últimos meses ter havido uma recuperação “razoável” e as ligações para Angola também registaram uma queda acentuada do volume de vendas.

Em relação à Venezuela, a retenção de receitas dos voos levou a TAP a mudar a estratégia de venda, à semelhança do que também fez em Angola, explicando que agora “o principal volume de vendas vem do exterior”, por isso, “não está a acumular [dívida] ”.

O presidente da TAP apontou ainda o impacto da descida do preço do petróleo de cerca de 30%, “um vento a favor”, mas com um impacto na companhia até setembro de apenas 3%, devido à desvalorização do euro face ao dólar.

Mas, acrescentou: “Agora no final do ano já se começou a fazer sentir [o impacto da descida do preço do petróleo]”.

Em 2014, a companhia aérea TAP teve prejuízos de 46 milhões de euros, após cinco anos consecutivos com resultados positivos, o que foi justificado pelos problemas operacionais e greves do segundo semestre.

Segundo a companhia aérea, a entrada tardia em operação dos novos aviões, 22 dias de greve, anunciadas ou efetuadas, no segundo semestre, e o registo de algumas ocorrências operacionais, tiveram um impacto 108 milhões de euros.

Fernando Pinto afirmou que 2015 está a ser “melhor” a nível operacional do que 2014, mas fez depender o fecho de contas “de muitos componentes”.

Recentemente a TAP anunciou que o número de passageiros transportados em novembro aumentou 8,3%, para 772 mil, o primeiro mês com crescimento desde abril, quando o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil anunciou uma greve de dez dias para maio.

O crescimento durante o mês de novembro foi insuficiente para alcançar a recuperação anual do tráfego, com 10,544 milhões de passageiros transportados até 30 de novembro, menos 0,7% face ao mesmo período de 2014.

A 12 de novembro, a TAP passou a ser detida maioritariamente (61%) pelo consórcio Gateway, dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa.
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