«Não financiar o BES é um enorme passo em frente» - TVI

«Não financiar o BES é um enorme passo em frente»

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Palavras são de Ricardo Reis, docente na Universidade de Columbia, que admite que, tal coimo uma empresa, um banco pode ir à falência. «Faz parte do mercado», sublinhou o responsável numa conferência em Lisboa

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O professor da Universidade de Columbia, Ricardo Reis, afirmou esta segunda-feira que pode ser salutar a falência de bancos, considerando «um enorme passo em frente» o facto de o Governo não ter financiado o BES.

«Até que ponto não é salutar que alguns bancos vão à falência, faz parte do mercado e o facto de o primeiro-ministro ter decidido não financiar o BES é um enorme passo em frente em Portugal, no sentido de deixar o mercado funcionar», disse Ricardo Reis.

O responsável falava à margem da conferência 'Afirmar o futuro - políticas públicas para Portugal', organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, que decorrerá hoje e na terça-feira em Lisboa.

Questionado sobre outras eventuais falências, Ricardo Reis, afirmou que «pode, com certeza, outro banco ir à falência, assim como qualquer outra empresa».

«Nenhuma empresa é imune de ser melhor ou pior gerida. O que temos de gerar é mecanismos de forma a que este processo normal de seleção natural dos mercados possa ocorrer», disse.

Sobre a dívida pública, o professor afirmou que esta «é muito grande e que geri-la é um grande desafio».

«Quando emitimos dívida, isso passa por emitir dívida de mais longo prazo, de forma a evitarmos problemas de liquidez que levaram ao resgate de 2011», disse.

Ricardo Reis destacou que isso passa ainda «por tentar divorciar a dívida pública dos bancos», para reduzir a quantidade de dívida que hoje é financiada através do sistema bancário.

O professor considerou que essa dependência «põe em causa não só a estabilidade do sistema financeiro, mas sobretudo a capacidade de os bancos de financiarem antes a economia e permitirem o crescimento e, logo, a saída da atual depressão».

«Isto permite gerir melhor a dívida, evitando que tenhamos outra ronda de austeridade ou outro resgate, e permite libertar o sistema financeiro para financiar a economia», reforçou.

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