​«Improvável» que programa do BCE aumente fortemente o crédito - TVI

​«Improvável» que programa do BCE aumente fortemente o crédito

Agência Fitch

Análise da agência de notação financeira Fitch que considera, ainda assim, que o programa «reduz os riscos negativos de um período prolongado de deflação»

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A agência de notação financeira Fitch afirmou esta segunda-feira que «é improvável» que o programa de compra de dívida anunciado na quinta-feira pelo Banco Central Europeu aumente substancialmente os lucros e o crédito concedido pela banca.

Em comunicado, a Fitch afirma que «é improvável» que o quantitative easing anunciado na quinta-feira pelo presidente do BCE, Mario Draghi, «estimule fortemente os lucros dos bancos», mas considera que o programa «reduz os riscos negativos de um período prolongado de deflação».

«Pensamos que é improvável que o quantitative easing estimule os empréstimos nas economias afetadas pela crise da zona euro, apesar da recuperação em alguns países. O enquadramento económico continua a ser frágil, por isso a procura de crédito deve continuar fraca, e o reforço de medidas de regulamentação está a tornar o crescimento do crédito mais difícil para os bancos», afirmam os economistas da agência financeira.

Por isso, consideram, qualquer impacto positivo da medida «é provável que seja temporário», a não ser, apontam, que o balanço dos bancos seja libertado para permitir a concessão de mais créditos ou que «as reformas estruturais reforcem o crescimento económico real e sustentável» na zona euro.

Para a Fitch, os bancos dos países do sul da Europa «podem beneficiar mais» do programa de compra de dívida do que os do norte, mas o impacto «deve depender dos valores e maturidades dos títulos de dívida». Já no norte da Europa, e porque os bancos têm «demasiada liquidez» e as taxas de juro já são muito baixas, o programa pode «distorcer ainda mais» os preços dos créditos, considera a agência.

O BCE vai comprar mensalmente 60.000 milhões de euros de dívida pública e privada a partir de março e, pelo menos, até setembro de 2016, totalizando 1,14 biliões de euros, numa ação forte (que os analistas chamam de ‘bazuca’) destinada a contrariar o risco de deflação na zona euro.

Este montante poderá, no entanto, ser ultrapassado, uma vez que o BCE admite manter o programa ativo «até haver um ajustamento perene da trajetória da inflação em linha com o objetivo [do BCE] de atingir uma taxa de inflação próxima, mas inferior a 2%».
 
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