Grécia precisa de 50 mil milhões e de perdão da dívida - TVI

Grécia precisa de 50 mil milhões e de perdão da dívida

FMI contraria líderes e credores europeus com documento que vai de encontro às pretensões do governo grego

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O Fundo Monetário Internacional defende que a Grécia vai precisar de 50 mil milhões de euros nos próximos três anos e de um alívio da dívida, que considera “insustentável”.
 
Numa análise "preliminar" à sustentabilidade da dívida grega, publicada esta quinta-feira, a três dias do referendo, o FMI vai assim de encontro ao que defende o governo grego para um novo programa de resgate.

Dos 50 mil milhões que a Grécia necessita, segundo esta análise, “pelo menos 36 mil milhões de euros” terão de ser de “dinheiro europeu”. O FMI diz ainda que, mesmo que a Grécia receba um acordo generoso, precisará de uma redução da dívida e cerca de 30% para conseguir atingir os 117% do PIB, um limite superior ao que o Fundo considerava sustentável na altura do segundo resgate grego em outubro de 2012.

“Mesmo com financiamento até 2018, a dívida permaneceria muito elevada ao longo de décadas e extremamente vulnerável a choques. Partindo do princípio do financiamento oficial até ao fim de 2018, o rácio da dívida em relação ao PIB situar-se-à em cerca de 150% em 2020 e perto de 140% em 2022", pode ler-se no documento.

Os técnicos do FMI defendem ainda que os gregos devem ter 20 anos sem ter de fazer reembolsos de dívida e que só em 2055 os poderão fazer totalmente.

O FMI acrescenta também que, caso o governo grego tivesse cumprido as reformas que lhe foram impostas, este cenário não seria agora necessário. A análise acrescenta que “é improvável que a Grécia seja capaz de resolver os problemas de financiamentos nos mercados de forma que seja consistente com a sustentabilidade da dívida".

Os técnicos do FMI dizem ainda não estar preparados para avançar com uma terceira proposta de resgate financeiro para a Grécia, a menos que esta inclua um compromisso com a reforma económica e um alívio da dívida. 

Esta análise ainda não foi aprovada pelo conselho de administração do FMI, mas os técnicos alertam desde logo que esta não foi "acordada" com os outros credores, ou seja, admitindo que BCE e Comissão Europeia discordam dela.
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