O gabinete antifraude da União Europeia alertou a Alemanha e o Banco Europeu de Investimento para uma possível "utilização fraudulenta" de fundos comunitários pela Volkswagwen, no âmbito do escândalo dos motores a diesel.
Segundo um porta-voz do gabinete, a European Anti-Fraud Office (OLAF) da Comissão Europeia (CE) terminou em julho uma investigação sobre uma possível utilização fraudulenta de fundos da União Europeia e de empréstimos do BEI pelo Grupo Volkswagen, que "podia estar relacionado com a produção de motores ou dispositivos envolvidos na manipulação dos verdadeiros níveis de emissões dos veículos", indicou o porta-voz, citado pela Efe.
A OLAF enviou o relatório final e uma “recomendação judicial" às autoridades nacionais competentes da Alemanha, em concreto ao Ministério Público de Brunswick (norte).
Retrospetiva ao escândalo
O grupo Volkswagen é dono de 12 marcas (entre elas Audi, Porsche e Seat) e, em setembro de 2015, admitiu ter instalado um software que manipulou as emissões poluentes, de modo a parecerem inferiores ao que realmente eram. Uma manobra que afetou 11 milhões de carros no mundo inteiro. "Fizemos asneira", admitiu na altura a própria empresa. E pelo mundo muitos afetados querem ser compensadas. Centenas de processos judiciais já deram entrada.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a VW chegou a acordo para encerrar os processos sobre o caso, pagando para isso 4.400 euros a cada cliente.
No Brasil, também há processos em curso. E na Europa? O atual presidente executivo da Volkswagen, Matthias Müller, recusa o mesmo nível de compensação para estes clientes, dizendo que isso seria “inapropriado” e “insustentável”.
Para além dos processos que a Volkswagen enfrenta de clientes que querem ser compensados no escândalo das emissões poluentes também os investidores do maior grupo automóvel da Europa exigem indemnizações.