Ofertas para compra do Novo Banco são muito baixas - TVI

Ofertas para compra do Novo Banco são muito baixas

Valores oferecidos pela compra que resultou da resolução do BES são simbólicos. Os 4,9 mil milhões injetados pelo Fundo de Resolução devem ser quase todos perdidos

As ofertas que o Governo recebeu para a compra do Novo Banco são até ao momento quase simbólicas e estão longe dos 4,9 mil milhões de euros que o Fundo de Resolução injetou, que podem aliás ser quase todos perdidos. A notícia é avançada pelo semanário Expresso, que diz ainda que os valores oferecidos pelo Novo Banco estão mais perto dos 40 milhões de euros que o Estado encaixou com a venda do BPN.

O Expresso refere que dificilmente o Estado vai recuperar o dinheiro que colocou no banco depois da resolução que ficará como prejuízo da operação, sendo que as perdas ainda devem aumentar. O objetivo é mesmo não perder mais.

Nenhuma das ofertas que o Governo recebeu, e que depois de analisar devolveu ao Banco de Portugal, aceita comprar o risco de pagar os cerca de dois mil milhões de euros de obrigações seniores transferidas para o banco mau, caso o tribunal o determine.

O Expresso refere ainda que o empréstimo do Estado de 3,9 mil milhões de euros para o Fundo de Resolução deve ser transformado num empréstimo de muito longa duração, várias décadas, que será pago com as contribuições dos bancos.

BPN pode custar mais de € 9 mil milhões

O Expresso noticia ainda este sábado que as perdas com o BPN podem ultrapassar os nove mil milhões de euros. Oito anos depois da nacionalização e seis anos após a privatização, a onda de choque do BPN nos bolsos dos contribuintes ainda não terminou, refere o jornal, para quem a Parvalorem, que ficou com os créditos do banco, tem ainda muitas perdas por assumir.

Até agora, o Estado já assumiu perdas de 5 mil milhões de euros: 1,8 mil milhões no primeiro impacto orçamental em 2010 e os restantes 3,2 mil milhões acumulados entre 2011 e 2015, de acordo com cálculos do Tribunal de Contas. Mas pode faltar pagar ainda um valor significativo e que poderá ultrapassar os 4 mil milhões.

Os três veículos criados para gerir os ativos do banco – Parvalorem, Parups e Participadas – têm, neste momento, um passivo maior do que o ativo, uma situação líquida negativa, que representa perdas a assumir pelo Estado. A maior fatia pertence à Parvalorem, com 3,7 mil milhões, mas se não conseguir recuperar nenhum dos créditos que tem em carteira, o buraco pode chegar a 4,3 mil milhões. No final, a fatura do BPN pode ultrapassar os 9 mil milhões, sublinha o semanário.

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