Governo espanhol retira candidatura da ministra das Finanças à liderança do FMI - TVI

Governo espanhol retira candidatura da ministra das Finanças à liderança do FMI

  • (Atualizada às 12.37) com Lusa
  • 2 ago 2019, 11:20
Nadia Calviño com Mário Centeno

Nadia Calviño desiste para permitir chegada a um consenso, tal como fez ministro português Mário Centeno. Votação decorre esta sexta-feira

Nadia Calviño já não é candidata à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo espanhol anunciou esta sexta-feira, quando já decorrem as votações, que a ministra das Finanças espanhola se retira da corrida. 

Espanha estará sempre disposta a promover o consenso entre os países da União Europeia para eleger uma candidatura comum à direção do Fundo Monetário Internacional. Como tal objetivo, anunciamos que o governo aposta por conseguir um acordo europeu, sem que a ministra das Finanças Nadia Calviño participe na fase seguinte", informou em comunicado o Executivo.

 

"O governo de Pedro Sanchez continuará a trabalhar para impulsionar a gestão dos organismos internacionais e considera uma honra que qualquer um dos seus governantes possa ser considerado, agora e no futuro, como uma garantia ao mais alto nível para o seu funcionamento", refere a mesma nota.

A primeira ronda de votações terminou sem consenso e terá de ser repetida. Dada a dificuldade em chegar a uma maioria qualificada, Espanha decidiu retirar a sua representante, tal como já tinha feito Mário Centeno, que na noite de ontem anunciou que ficava de fora da votação.

O ministro das Finanças português, que também lidera o Eurogrupo, escreveu no Twitter : "Para escolher um candidato europeu para dirigir o FMI como noutras decisões na UE devemos procurar consensos. Quero contribuir para isso, pelo que decidi não participar nesta fase do processo - a votação de amanhã. Continuo disponível para trabalhar numa solução aceitável para todos". 

Mantêm-se assim a votos o holandês Jeroen Dijsselbloem, antigo presidente do Eurogrupo, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual 'número dois' do Banco Mundial. Georgieva terá o apoio dos franceses, encarregados do processo de escolha do líder do FMI, mas a idade avançada da candidata estará a fazer hesitar os restantes países. Recorde-se que, tradicionalmente, o líder do Fundo Monetário Internacional é natural de um país europeu. 

Bruxelas coloca-se à margem da escolha de candidato europeu ao FMI

Entretanto, a Comissão Europeia já veio dizer que não desempenhar qualquer papel no processo de escolha do candidato europeu para a liderança do Fundo.

As consultas e a votação estão em curso. A Comissão não tem um papel a desempenhar neste processo. Evidentemente, apoiamos um candidato europeu que possa contribuir para a estabilidade do sistema financeiro internacional”, declarou Mina Andreeva na conferência de imprensa diária do executivo comunitário em Bruxelas.

A porta-voz lembrou que aquele organismo é “um pilar para o sistema” e sublinhou que Bruxelas acredita que há “um número de candidatos europeus muito qualificados que podem garantir a contribuição do FMI para a estabilidade da economia internacional”.

“Sei que há a tradição de que o diretor-geral seja europeu, mas não cabe à Comissão ter um papel neste processo”, insistiu.

A votação para a designação do candidato europeu à sucessão de Christine Lagarde na liderança do FMI começou cerca das 7:00 e está ainda a decorrer, com fontes do Ministério das Finanças francês a estimarem que ainda hoje seja possível conhecer o eleito entre os três nomes que permanecem na corrida.

Os Governos da União Europeia vão eleger entre o holandês Jeroen Dijsselbloem, antigo presidente do Eurogrupo, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual 'número dois' do Banco Mundial.

A votação, feita por correio eletrónico, está a decorrer “segundo as regras europeias de maioria qualificada”, que estipulam que o eleito tem de recolher o apoio de 55% dos países-membros representando pelo menos 65% da população da UE.

“Podem ser organizadas várias fases de votação, se for necessário”, precisou o ministério francês.

Incumbido pelos seus colegas europeus de coordenar as conversações para designar um candidato europeu à sucessão da francesa Christine Lagarde, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, constatou na quinta-feira que não havia um consenso entre os 28 sobre qual o nome a indicar para a liderança do FMI, tendo decidido abrir uma votação.

Desde a sua criação, em 1944, aquela instituição foi sempre dirigida por um europeu, enquanto o Banco Mundial foi sempre liderado por um americano.

Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).

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