Nadia Calviño já não é candidata à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo espanhol anunciou esta sexta-feira, quando já decorrem as votações, que a ministra das Finanças espanhola se retira da corrida.
Espanha estará sempre disposta a promover o consenso entre os países da União Europeia para eleger uma candidatura comum à direção do Fundo Monetário Internacional. Como tal objetivo, anunciamos que o governo aposta por conseguir um acordo europeu, sem que a ministra das Finanças Nadia Calviño participe na fase seguinte", informou em comunicado o Executivo.
"O governo de Pedro Sanchez continuará a trabalhar para impulsionar a gestão dos organismos internacionais e considera uma honra que qualquer um dos seus governantes possa ser considerado, agora e no futuro, como uma garantia ao mais alto nível para o seu funcionamento", refere a mesma nota.
A primeira ronda de votações terminou sem consenso e terá de ser repetida. Dada a dificuldade em chegar a uma maioria qualificada, Espanha decidiu retirar a sua representante, tal como já tinha feito Mário Centeno, que na noite de ontem anunciou que ficava de fora da votação.
Para escolher um candidato 🇪🇺 para dirigir FMI como noutras decisões na UE devemos procurar consensos. Quero contribuir para isso, pelo que decidi não participar nesta fase do processo - a votação de amanhã. Continuo disponível para trabalhar numa solução aceitável para todos.
— Mário Centeno (@mariofcenteno) August 1, 2019
O ministro das Finanças português, que também lidera o Eurogrupo, escreveu no Twitter : "Para escolher um candidato europeu para dirigir o FMI como noutras decisões na UE devemos procurar consensos. Quero contribuir para isso, pelo que decidi não participar nesta fase do processo - a votação de amanhã. Continuo disponível para trabalhar numa solução aceitável para todos".
Mantêm-se assim a votos o holandês Jeroen Dijsselbloem, antigo presidente do Eurogrupo, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual 'número dois' do Banco Mundial. Georgieva terá o apoio dos franceses, encarregados do processo de escolha do líder do FMI, mas a idade avançada da candidata estará a fazer hesitar os restantes países. Recorde-se que, tradicionalmente, o líder do Fundo Monetário Internacional é natural de um país europeu.
Bruxelas coloca-se à margem da escolha de candidato europeu ao FMI
Entretanto, a Comissão Europeia já veio dizer que não desempenhar qualquer papel no processo de escolha do candidato europeu para a liderança do Fundo.
As consultas e a votação estão em curso. A Comissão não tem um papel a desempenhar neste processo. Evidentemente, apoiamos um candidato europeu que possa contribuir para a estabilidade do sistema financeiro internacional”, declarou Mina Andreeva na conferência de imprensa diária do executivo comunitário em Bruxelas.
A porta-voz lembrou que aquele organismo é “um pilar para o sistema” e sublinhou que Bruxelas acredita que há “um número de candidatos europeus muito qualificados que podem garantir a contribuição do FMI para a estabilidade da economia internacional”.
“Sei que há a tradição de que o diretor-geral seja europeu, mas não cabe à Comissão ter um papel neste processo”, insistiu.
A votação para a designação do candidato europeu à sucessão de Christine Lagarde na liderança do FMI começou cerca das 7:00 e está ainda a decorrer, com fontes do Ministério das Finanças francês a estimarem que ainda hoje seja possível conhecer o eleito entre os três nomes que permanecem na corrida.
Os Governos da União Europeia vão eleger entre o holandês Jeroen Dijsselbloem, antigo presidente do Eurogrupo, o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, e a búlgara Kristalina Georgieva, atual 'número dois' do Banco Mundial.
A votação, feita por correio eletrónico, está a decorrer “segundo as regras europeias de maioria qualificada”, que estipulam que o eleito tem de recolher o apoio de 55% dos países-membros representando pelo menos 65% da população da UE.
“Podem ser organizadas várias fases de votação, se for necessário”, precisou o ministério francês.
Incumbido pelos seus colegas europeus de coordenar as conversações para designar um candidato europeu à sucessão da francesa Christine Lagarde, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, constatou na quinta-feira que não havia um consenso entre os 28 sobre qual o nome a indicar para a liderança do FMI, tendo decidido abrir uma votação.
Desde a sua criação, em 1944, aquela instituição foi sempre dirigida por um europeu, enquanto o Banco Mundial foi sempre liderado por um americano.
Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).