Efeito petróleo: ações em queda e juros da dívida em alta - TVI

Efeito petróleo: ações em queda e juros da dívida em alta

Ontem, após o acordo firmado entre os países exportadores de petróleo, para travar a oferta, o dólar e as yields das obrigações aumentaram, de imediato, com a perspetiva que uma maior pressão inflacionista leve a maiores taxas de juro

O acordo para travar a oferta de petróleo no mercado é bom? Para já, trava a queda do preço da matéria-prima nos mercados internacionais. Quem tem ações aproveita para ganhar algum dinheiro mas há outros receios/ efeitos menos visíveis para já em que fazem disparar o mercado da dívida.

A Europa acordou no vermelho com os principais índices a recuarem de máximos de três semanas e os investidores a tomarem mais-valias. Após as fortes subidas de ontem, apoiadas no acordo, inesperado, entre os países exportadores de petróleo que pertencem à organização, a OPEP, para conter a produção. O petróleo, Brent, que negoceia em Londres, disparou 8% e superou os 50 dólares. Esta manhã já negoceia acima dos 52 dólares por barril.

E se ontem o PSI20 fechou em alta, hoje desce 0,34% para 4.440,23 pontos.

Na resistência, só mesmo a Galp, a Pharol e o BPI. A petrolífera/ energética está “eufórica” com o desfecho da reunião da OPEP. Sobe 1,56% para 12,965 euros. A Galp evita mesmo maiores perdas do índice, que  ontem tinha disparado mais de 4%. No resto do setor a tendência é de queda. A EDP derrapa 1,06% para 2,698 euros e a Renováveis desvaloriza 0,61% para 5,969 euros.

A penalizar o PSI20 ainda a Jerónimo Martins que desce 1,47% para 14,690 euros.

Além do petróleo, os mercados também são marcados pela incerteza quanto ao desfecho do referendo em Itália, com os investidores a recearem que o país entre num cenário de grande instabilidade política se o primeiro-ministro Matteo Renzi não conseguir o aval para as alterações constitucionais que propôs. Para já, a maioria das sondagens apontam para o chumbo, a 4 de dezembro, destas mudanças.

E nesta quinta-feira, feriado em Portugal, ainda outro aspeto que vai merecer atenção dos investidores: o mercado secundário de dívida.

Ontem, após o acordo firmado na OPEP, o dólar e as yields das obrigações aumentaram, de imediato, com a perspetiva que uma maior pressão inflacionista leve a maiores taxas de juro.

As yields das Obrigações do Tesouro portuguesas - - taxa de rendibilidade de um título de dívida - a 10 anos agravaram-se em 7 pontos base para 3,73% e hoje estão nos 3,72%

Segundo analistas, citados pela Reuters, “a subida do preço do petróleo deverá fomentar o aumento da inflação, inimiga do mercado de taxa fixa”. E lembram ainda “a aproximação do referendo constitucional em Itália, que poderá levar à saída do atual primeiro-ministro e aumentar a instabilidade política na Europa".

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