Mega descida do preço dos combustíveis na segunda-feira - TVI

Mega descida do preço dos combustíveis na segunda-feira

Combustível

Só numa semana o barril de petróleo desceu 7%. O gasóleo continua no preço mais elevado de nove semanas

Se o preço do petróleo não sofrer alterações até ao final desta sexta-feira, o litro da gasolina e de gasóleo deve descer 4 cêntimos na madrugada da próxima segunda-feira.

Já era esperado pelos mercados e acaba por ser confirmar: a descida do preço do barril de crude faz cair o preço de referência em Portugal.

Confuso? Vamos tentar explicar.

Esta semana o preço dos futuros do crude – Brent negociado em Londres e que serve de referência às importações portuguesas - caiu abruptamente. E apesar da alta desta sexta-feira, negoceia nos 57,76 dólares o barril, muito baixo dos 62 dólares de há uma semana. Menos 7% no preço só numa semana. 

No total do semestre, disse ontem Agência Internacional de Energia (AIE), que a procura global por petróleo cresceu ao ritmo mais lento desde 2008, prejudicada pelos crescentes sinais de desaceleração económica e pela aceleração da guerra comercial EUA-China. Só em seis meses os preços do petróleo perderam mais de 20% dos picos atingidos em abril.

O risco de recessão económica e maior escalada da guerra comercial EUA-China são preocupações fundamentais no curto prazo. Por quanto tempo a OPEC está disposta a gerir a produção, adiciona incerteza ao tema , disse Bjørnar Tonhaugen, chefe de análise do mercado de petróleo da Rystad Energy” à Bloomberg.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e outros produtores, uma aliança conhecida como OPEC +, concordaram em julho esticar os cortes de fornecimento até março de 2020, para aumentar os preços do petróleo, mas o fato é que a procura continua também a puxar para baixo, por que não aumenta.

O que isto tem a ver com Portugal? 

O petróleo representa quase 20% do preço de referência dos combustíveis em Portugal. Um preço fixado todas as semanas e que dita o valor que depois quem nos vende na bomba cobra.

Este é o cenário de fundo para o cálculo do preço de referência dos nossos combustíveis, onde petróleo e impostos ditam a quase totalidade do valor.

No início desta semana o Preço Médio de Venda ao Público (PVP) da gasolina simples 95, no Continente, era de 1,520 euros, acima do valor da semana anterior.

gasóleo simples, tinha no dia 5 de agosto um PVP de 1,354 euros por litro, o mais elevado em nove semanas.

Resta agora saber se com a greve dos combustíveis, com início ainda marcado para dia 12 de agosto, os "detentores das bombas" vão aproveitar para subir o PVP, embora o preço de referência possa cair pela via da descida do valor do barril de petróleo. 

Recorde-se que na bomba o preço é livre e, se houver escassez em redor é bem possível que alguém aproveite para subir preços. Atenta a essa possibilidade a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) emitiu um comunicado esta semana.  Segundo o regulador, decretada uma crise energética, haverá “condições excecionais para abastecimento dos postos de combustível em território nacional”, o que “não pode fundamentar, por si só, o aumento dos preços dos combustíveis”.

Por isso, a ENSE vai monitorizar os preços médios por distrito e avaliar diariamente os preços praticados pelos postos de abastecimento de Portugal continental e identificar, no site oficial, aqueles que procedam ao aumento dos preços, sem “justificação que não sejam as condições de mercado”.

Veja aqui: Postos onde pode abastecer em caso de greve

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