Os manuais oferecidos pelo Estado ou pelas autarquias representam apenas cerca de 6% do total dos manuais necessários. Esta é uma das conclusões do Barómetro Manuais Escolares levado a cabo pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) para o corrente ano letivo, que agora é apresentado. A associação pede o alargamento do apoio aos restantes anos de escolaridade.
Considerando todo o ciclo de estudos, o valor médio gasto por filho foi de 123 euros, valor inferior ao do ano anterior, de 131 euros.
É no terceiro ciclo (7º, 8º e 9º anos de escolaridade) que as famílias enfrentam maiores encargos, com um montante gasto de cerca de 160 euros por filho.
O maior encargo médio registou-se, este ano, no 11º ano de escolaridade, com 182 euros, enquanto no ano de 2015/16 os maiores encargos se tinham sentido no 9º e 10º anos, com 203 e 221 euros, respetivamente.
Quanto à reutilização de manuais escolares, o número médio de manuais reutilizados é de apenas um, tal como no ano passado. Somente no 3º ciclo esse número sobe para três.
Como consequência da política implementada no corrente ano letivo de manuais gratuitos para o 1º ano do 1º ciclo, as famílias pouparam cerca de 30 euros em média face a 2015, gastando este ano cerca de 37 euros. Para o 1º ano do 1º ciclo, as famílias tiveram que comprar em média menos um manual em comparação como ano passado. De notar que a oferta se limita aos manuais, não abrangendo livros de exercícios", acrescenta o Barómetro.
A APFN apela para "o alargamento do apoio aos restantes anos de escolaridade e a inclusão dos livros de exercícios". Do mesmo modo, a APFN considera "urgente a adoção de boas práticas de reutilização, como a proibição de escrita nos manuais ou livros de exercícios, permitindo aos bancos de manuais escolares cumprirem a sua função".
O Barómetro Manuais Escolares foi realizado no mês de novembro de 2016 junto do universo de associados da APFN. Contou com 476 respostas, abrangendo um total de de 1013 crianças e jovens.