Como a subida do salário mínimo faz diferença na vida das pessoas - TVI

Como a subida do salário mínimo faz diferença na vida das pessoas

Viver com 557 euros (580 euros se for essa a atualização em 2018) implica fazer uma grande ginástica orçamental. Há truques importantes para conseguir cortar mesmo pequenas despesas e até conseguir fazer um pé-de-meia

Venha o que vier, há milhares de famílias que vivem com o salário mínimo em Portugal. A atualização para 2018 ainda não está fechada. Há nova reunião da concertação social na sexta-feira e um braço-de-ferro entre a proposta do Governo – uma subida de 23 euros para 580 €/mês – e aquilo que CGTP, PCP e Verdes pretendem: chegar já aos 600 euros, promessa do Executivo socialista só para o final da legislatura. Para quem vive com 557 euros por mês, mesmo que sejam mais 23 euros, certamente farão a diferença.

João Morais Barbosa, da Escola de Finanças Pessoais, que tem dado formação a muitas famílias para melhor gerirem o Orçamento familiar, fez notar no espaço Economia 24 do Diário da Manhã da TVI que esse dinheiro faz “sempre diferença quer recebamos muito, quer recebamos pouco”.

Para quem recebe o salário mínimo faz alguma diferença, porque há sempre um esforço para esticar o orçamento até ao final do mês. As famílias que se habituam a viver com pouco, têm de esticar o salário, cortar despesas. Faz diferença entre ter alimentação mais saudável ou comprar fraldas para os filhos”

É, também, um “sinal positivo” que passa para o resto da economia, porque aumentando o salário mínimo, quem recebe mais também poderá vir a ver o seu ordenado subir.

É possível viver com o ordenado mínimo sem recorrer ao crédito?

É preciso ter noção, primeiro que tudo, de que o cartão de crédito é uma das principais causas de problemas financeiros e sobre-endividamento em Portugal.

 Vamos fazendo o pagamento mínimo, vamos gastando o dinheiro, não sentimos a prestação e chegamos ao final do ano e temos 5.000 ou 10.000 euros para pagar. É possível viver sem crédito. É possível, mas não é fácil”.

João Morais Barbosa assume-o, mas também enfatiza que há estratégias para não recorrer a empréstimos, como transferir por exemplo o abono de família para uma conta poupança à parte da conta à ordem, para fazer fazer face a eventualidades.

Dicas para conseguir esticar o orçamento familiar até ao final do mês

  • Conseguir perceber onde gastamos o dinheiro é fundamental, porque as pequenas despesas do dia-a-dia “acabam por pesar bastante” ao final do mês. Faça uma lista para perceber o que é mesmo essencial e aquilo que não é. Logo aí verá o que pode prescindir.
  • Naquilo que não consegue cortar, mesmo assim poderá tentar adapta um pouco. João Morais Barbosa dá o exemplo das despesas de gás e eletricidade, para lembrar que é possível renegociar contratos e tentar usufruir das tarifas sociais. “É muito fácil: vamos aos sites das operadoras e conseguimos reduzir, enviando um formulário, entre 15% a 20% a fatura de gás e/ou de eletricidade. Faz muito sentido”
  • Há ainda apoios sociais para famílias de baixos rendimentos e muitas não sabem que têm esse direito. “Os 10 ou 20 euros do abono de família fazem a diferença”. É preciso tentar pedir esses apoios.
  • O abono de família pode ajudar a fazer um pé-de-meia.
  • Para quem tenha já créditos contraídos, as taxas de juro estão “a cair bastante”. Quem tiver um crédito habitação, pode ser a altura de tentar renegociar e eventualmente até transferir o crédito para outra instituição, para obter uma prestação e condições mais vantajosas.
  • Quem tem cartões de crédito poderá renegociar as taxas para que baixem. 

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