CIP queixa-se que até agora chegaram “zero” apoios e que liquidez é urgente - TVI

CIP queixa-se que até agora chegaram “zero” apoios e que liquidez é urgente

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  • 15 abr 2020, 19:21
Governo reúne com empresas

Representantes das empresas e do comércio estiveram reunidos com o Governo

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) criticou esta quarta-feira o Governo por ter anunciado cerca de 13 mil milhões de euros de apoios destinados às empresas, mas até agora terem chegado "zero", advertindo que há uma urgência de liquidez.

Estas queixas foram feitas por António Saraiva após a reunião entre as confederações patronais e o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre as condições para o relançamento da economia portuguesa, após ser ultrapassada a fase mais crítica do combate à pandemia de Covid-19.

Lamentavelmente, têm sido anunciados apoios na ordem dos 13 mil milhões de euros, mas para as empresas zero. Até a este momento, para as empresas, zero de apoios. Obviamente, quanto mais o tempo passa, mais a situação é dramática", declarou o presidente da CIP.

António Saraiva referiu depois que as empresas "necessitam urgentemente de liquidez, de ajuda".

Há aqui atrasos que não se entendem. É preciso rapidez e eficácia. Foi isso que disse ao senhor primeiro-ministro", acrescentou.

Perante os jornalistas, António Saraiva defendeu que, em primeiro lugar, deve ser acautelada a saúde pública e, em seguida, proceder-se a uma retoma da atividade económica "inteligente, fatiada e assimétrica, quer em termos regionais, quer em termos da população".

Nesse processo de retoma da atividade, o presidente da CIP advertiu que é necessário "logística" ao nível dos transportes públicos e "desfasamento de horários".

Comércio deve reabrir em maio mas com material de proteção e transportes

O presidente da Confederação do Comércio Português (CCP) considerou essencial que a progressiva retoma da atividade económica, a partir de maio, seja acompanhada pela existência de material de proteção e serviço eficaz de transportes públicos.

João Vieira Lopes falava após a reunião entre as confederações patronais e o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre as condições para o relançamento da economia portuguesa, após ser ultrapassada a fase mais crítica do combate à pandemia de Covid-19.

Durante o mês de maio, deve haver condições para existir retoma da atividade económica. Na nossa opinião, essa retoma deve obedecer a algumas condições", disse.

Segundo o presidente da CCP, para haver condições de segurança nessa reabertura da atividade, "o Governo tem de garantir que exista no mercado máscaras, luvas e material de desinfeção".

Tem de haver também um sistema de transportes públicos em condições adequadas ao atual momento", completou.

Do ponto de vista económico, João Vieira Lopes advertiu também que, "para haver público consumidor, tem de haver uma retoma progressiva de confiança", dizendo em seguida que há exemplos que Portugal pode seguir nesta fase pós-crise sanitária, como a Suécia, República Checa e Áustria.

Pela parte da Confederação da Agricultura de Portugal (CAP), foi transmitido aos jornalistas que o Governo demonstrou "abertura" o sentido de que a "eventual importação" de mais trabalhadores, tendo em vista fazer face às necessidades das colheitas, seja acompanhada por garantias de segurança em termos de saúde pública.

Presidente da Confederação do Turismo “muito preocupado” com o próximo verão 

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) manifestou-se "muito preocupado" com o que poderá acontecer neste verão em termos de consequências económicas para o setor, salientando que 90% das empresas têm agora "vendas zero".

Em março, praticamente, tivemos quebras de 50% em toda a atividade. Em abril e maio, mais de 90% das nossas empresas vão ter vendas zero", declarou Francisco Calheiros.

Francisco Calheiros lamentou não dispor "de uma bola de cristal" para saber quando se pode ultrapassar esta crise provocada pelo surto do novo coronavírus.

Já tivemos o problema da Páscoa, mas estamos bastante preocupados com o que pode acontecer no verão", declarou.

De acordo com o presidente da confederação que representa o setor do turismo, se os atuais números referentes ao combate à pandemia de Covid-19 se confirmarem no final deste mês, "com calma e com segurança - com disponibilidade de equipamentos de proteção -, devemos reabrir a atividade".

No turismo devemos ser criativos. Por exemplo, admite-se que só seja ocupada uma parte da capacidade instalada e, por outro lado, que se recorra ao serviço de quarto nos pequenos-almoços e não numa sala comum", acrescentou.

Já depois desta reunião, o Governo reuniu-se com representantes dos sindicatos

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