Fitch revê em alta crescimento do PIB - TVI

Fitch revê em alta crescimento do PIB

  • CE
  • 25 fev 2019, 18:21
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Ainda assim, a previsão da Fitch em relação ao crescimento da economia portuguesa está abaixo da estimativa do Governo. A Ficth antecipou ainda a vitória da atual solução governativa nas eleições legislativas em outubro

A Fitch Solutions, unidade de research da Fitch, reviu em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,6%, acima dos anteriores 1,5%, e prevê a vitória do atual Governo de coligação em outubro.

Permanecemos relativamente otimistas relativamente à economia portuguesa, tendo subido recentemente a nossa previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 para 1,6%, face aos anteriores 1,5%”, indica a Fitch Solutions, numa nota de análise datada de dia 21.

Ainda assim, a previsão da Fitch está abaixo da estimativa do Governo, que espera um crescimento de 2,2% em 2019.

Para 2020, a unidade de research da Fitch mantém a estimativa de uma expansão de 1,3% da economia portuguesa.

Apesar de estes níveis de crescimento representarem um abrandamento dos registados em 2017 e 2018 (quando a economia cresceu 2,8% e 2,1% previstos, respetivamente), estão bastante acima da média de -0,1% para a década que antecedeu 2017”, indica a consultora.

A suportar a evolução da economia portuguesa, estará um atraso na subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), o que deverá estimular o investimento, nomeadamente na construção, e o setor da agricultura, antecipa a Fitch Solutions.

O atraso previsto na subida das taxas de juro do BCE vai ajudar a impulsionar a economia portuguesa em 2019”, mantendo baixos os custos da dívida pública e do setor privado, indica a empresa.

 

Taxas de juro mais baixas durante mais tempo também vão ajudar a impulsionar o investimento, com a construção residencial a ser provavelmente o principal ‘driver’ nos próximos trimestres”, adianta a Fitch Solutions, destacando também o setor da agricultura como “um ponto brilhante para o crescimento real do PIB nos próximos trimestres, à medida que o investimento flui para novas terras agrícolas recém-viáveis”, depois da conclusão do projeto do Alqueva.

A consultora explica que a conclusão do projeto do Alqueva promoveu uma “enorme faixa de terras agrícolas na região central do Alentejo, cuja produtividade foi anteriormente limitada por um abastecimento de água inadequado”.

A introdução de um abastecimento confiável de água transformou a região num ambiente ideal para se cultivar uma variedade de culturas, incluindo azeitonas e amêndoas”, indica, adiantando que “os investidores estrangeiros estão a apostar na produção de amêndoas em particular”, o que continuará a ser vantajoso para o investimento global nos próximos anos.

Ficth antecipa vitória do atual Governo nas eleições de outubro

Numa outra nota, também datada de dia 21, a Fitch Solutions antecipa que o atual Governo de coligação deve ganhar as eleições de outubro e conseguir um segundo mandato.

O governo de coligação de esquerda liderado pelo PS deve ganhar um segundo mandato nas eleições no início de outubro”, indica a Fitch Solutions, adiantando que as perspetivas da coligação no poder são reforçadas pela “economia forte” e pela “turbulência no principal partido da oposição do centro-direita”.

No entanto, a consultora espera “alguma incerteza, uma vez que a desaceleração do crescimento económico irá testar o compromisso do PS com a consolidação orçamental”.

Mas a Fitch Solutions alerta que, “com a desaceleração do crescimento do PIB, o PS provavelmente terá de escolher entre manter a despesa e aumentar o défice e a carga da dívida do país, ou reduzir a despesa, numa tentativa de manter a consolidação orçamental em curso”.

De acordo com a consultora, a primeira opção irá provavelmente aumentar as tensões com a União Europeia, enquanto a segunda opção “provavelmente irritaria os parceiros de coligação do PS e uma grande parte do eleitorado”.

A agência de rating Fitch, pertencente ao mesmo grupo da Fitch Solutions, avalia, atualmente, a dívida pública portuguesa em 'BBB' com perspetiva “estável”, e pode pronunciar-se sobre o rating de Portugal no dia 24 de maio, podendo depois olhar uma segunda vez para o país em 22 de novembro.

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