UGT: "Relatório da Comissão Europeia é mais do mesmo" - TVI

UGT: "Relatório da Comissão Europeia é mais do mesmo"

Delegação da UGT, liderada pelo secretário-geral Carlos Silva (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Central sindical considera que Governo deve "resistir às pressões europeias"

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou esta terça-feira que o Governo português deve “resistir às pressões europeias” e provar que a sua execução orçamental vai corresponder às expectativas criadas ao país.

“O relatório da Comissão Europeia (CE) é mais do mesmo. O governo português terá de resistir, garantir e provar que a sua proposta de orçamento e a sua execução orçamental vão corresponder às expectativas criadas ao país, e não pode alinhar nesta tentativa de empobrecer os portugueses”, advertiu Carlos Silva à agência Lusa.

A Comissão Europeia insistiu, no relatório final da terceira missão pós-programa de ajustamento, divulgado na segunda-feira, que Portugal arrisca-se a ter um desvio orçamental significativo este ano, reiterando que o Governo teria de adotar pelo menos mais 700 milhões de euros em medidas de austeridade para cumprir o ajustamento estrutural exigido de 0,6%.

Carlos Silva lembrou que o executivo de António Costa, em sintonia com os partidos da esquerda parlamentar, tomou como medidas prioritárias a atenuação da austeridade e a rejeição da “teoria do empobrecimento” preconizada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

“Eu acho que é importante perceber que uma grande parte das nossas decisões políticas são soberanas”, disse.

De acordo com Carlos Silva, o Governo “faz bem em continuar a premiar os portugueses no sentido de lhes dar mais rendimentos no final do mês e não alinhar com aqueles que acham que se deve empobrecer, cortando salários e pensões”.

O secretário-geral da UGT admitiu que o país está com algumas dificuldades em cumprir um calendário de medidas macroeconómicas.

“Estamos a rever em baixa o crescimento económico, há problemas ainda para ser ultrapassados, nomeadamente como é que se investe e se financia a economia. Não há confiança no tecido empresarial para se apostar na criação de riqueza e de mais postos de trabalho”, sustentou.

Contudo, Carlos Silva salientou que Portugal "deve rejeitar as pressões externas vindas de Bruxelas, que em nada dignificam a harmonia e a construção da Europa”.

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