Este montante é inferior aos 1.500 milhões de euros que o banco central grego tinha pedido e vigora durante uma semana. Isto não será suficiente para que haja o levantamento dos controlos de capital, mas pelo menos evita que os bancos fiquem sem fundos nos próximos dias.
O presidente do BCE disse que seria bom que eles reabrissem as portas em breve, mas lembrou que a decisão cabe ao governo de Atenas e que é preciso evitar uma corrida aos levantamentos.
Numa perspetiva mais estrutural, Draghi reconheceu que é indispensável haver um alívio da dívida grega, e que "nunca ninguém pôs isso em causa". A questão é saber como é que isso pode ser feito no atual quadro institucional, algo que deve ocupar os líderes europeus "nas próximas semanas".
Draghi mostrou-se convencido de que a Grécia irá pagar o empréstimo de 3.500 milhões de euros feito pelo BCE, que vence em 20 de julho, e que o mesmo irá acontecer relativamente aos 2.000 milhões devidos ao FMI. Esses pagamentos só serão possíveis com a concessão do tão falado empréstimo-ponte.
Com esses reembolsos e com o início da aplicação das medidas acordadas com os credores, Draghi actedita que o BCE poderá incluir a Grécia no seu programa de compra de dívida, o que seria uma enorme ajuda para o país. Todavia, ele também não escondeu que há dúvidas sobre a vontade e a capacidade do governo de Atenas para cumprir o prometido, e que cabe ao executivo de Alexis Tsipras desfazer essas dúvidas.
O presidente do BCE recusou-se a falar sobre a possibilidade de a Grécia sair do euro e não se alongou muito sobre o acordo alcançado no fim-de-semana, mas ainda assim salientou a importância das reformas estruturais incluídas no pacote de medidas.