​Troika deve recusar renegociação da dívida grega - TVI

​Troika deve recusar renegociação da dívida grega

Eleições na Grécia [Reuters]

A consultora norte-americana IHS considera se a troika ceder, a Irlanda e de Portugal podem exigir um tratamento semelhante

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A consultora norte-americana IHS admite que a troika venha a recusar a maioria das propostas do governo grego, como a renegociação da dívida, sob pena de a Irlanda e de Portugal exigirem um tratamento semelhante.

Numa nota enviada esta quarta-feira à comunicação social, a analista da consultora IHS Blanka Kolenikova afirma que «é pouco provável» que os credores internacionais aceitem a maioria das propostas do governo grego, liderado por Alexis Tsipras, como a reestruturação da dívida pública do país.

«Se a Grécia obtiver um alívio significativo na sua dívida, isto vai com certeza levar a apelos de países como a Irlanda ou Portugal para obter o mesmo tratamento», salienta a analista.

A consultora norte-americana acredita que as negociações entre o Governo grego e a troika) «não devem ser fáceis», mas que, apesar da «aparente relutância» dos credores em discutir uma renegociação da dívida, o tema deverá ser «um ponto forte na agenda».

Para a IHS, se a Grécia não chegar a acordo com os credores, o país «vai ficar numa situação muito difícil, porque a economia continua dependente de financiamentos internacionais».

«Se a Grécia entrar em incumprimento, existe o risco de que o Banco Central Europeu pare de providenciar liquidez para apoiar os bancos gregos, o que poderia levar a uma fuga significativa de depósitos», alerta Blanka Kolenikova, o que, para a IHS, «pode levar o país a abandonar o euro», disse a analista.

«Ainda que o Syriza não tenha um mandato popular para levar o país a deixar o euro», a consultora considera que «a possibilidade de as negociações resultarem em consequências imprevistas não é negligenciável».

Por isso, Blanka Kolenikova admite que o Governo grego venha a recuar em algumas das medidas já anunciadas, como o aumento do salário mínimo nacional ou o fim de várias privatizações, mas que venha a obter também «alguma flexibilização» por parte dos credores, «se se comprometer com a implementação de reformas estruturais».

«Embora a posição do Syriza sobre as reformas ainda não esteja clara, a sua determinação em lutar contra os interesses económicos estabelecidos, que no passado prejudicaram as reformas, deve ser visto com bons olhos», salienta a analista.

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou esta quarta-feira que uma das prioridades do novo Governo será «a renegociação da dívida com os seus parceiros, com vista a uma solução benéfica para todos».

A dívida grega eleva-se a mais de 315 mil milhões de euros. O Eurostat fala em 315,5 mil milhões de euros no final de setembro de 2014, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indica 324 mil milhões de euros.
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