A greve da Ryanair teve esta quinta-feira uma adesão de 59,5%, valor ligeiramente inferior ao alcançado nesta quarta-feira, o primeiro dia de greve.
Segundo dados da transportadora áerea, em Lisboa foram cancelados seis de 10 voos, no Porto foram cancelados nove de 15 voos e em Faro 13 de 22 previstos. Grande parte dos voos cancelados eram os que estavam previstos para esta manhã.
Nos restantes países europeus, a adesão situou-se em valores semelhantes aos do primeiro dia.
A decisão de partir para a greve foi tomada a 05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.
Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril.
O sindicato tem denunciado, desde o início da paralisação, que a Ryanair substitui ilegalmente grevistas portugueses, recorrendo a trabalhadores de outras bases. A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.
O responsável do Sindicato do Pessoal de Aviação, Tiago Mota, denunciou ainda à TVI24 que os pilotos estão a ser ameaçados pela a Ryanair com deslocação do posto de trabalho.
Segundo Tiago Mota, a empresa pretende deslocar 100 pilotos para a Polónia e quem recusar será despedido.