Estrangeiros destacam calma dos grevistas portugueses

Os meios de comunicação estrangeiros estão a dar destaque à greve geral que decorre hoje em Portugal. Em sites como o do «Wall Street Journal», o país tem mesmo honras de primeira página. Além do óbvio ¿ que os sector mais afectados pela paralisação são os transportes, saúde e educação e o descontentamento dos portugueses com as medidas de austeridade ¿ os jornais lá fora destacam o pacifismo das manifestações e protestos dos grevistas.

É o caso, por exemplo, da Bloomberg, que escreve que «até agora, as manifestações em Portugal não degeneraram no tipo de violência visto em Atenas, onde a polícia de choque teve de usar frequentemente gás lacrimogéneo para travar os manifestantes».

A agência noticiosa dá voz ao líder da CGTP, Carvalho da Silva, dizendo que «os trabalhadores portugueses nunca tiveram um comportamento violento» e lembrando que até a revolução de 25 de Abril de 1974, foi pacífica.

A BBC, por seu lado, destaca que esta deverá ser a maior greve da história de Portugal, onde a «adesão em massa costuma ser rara», e diz que os portugueses estão «chocados» com o nível de austeridade imposto no país. A cadeia britânica pede aos leitores que estiverem em Portugal para enviarem comentários e experiências da greve.

O «Financial Times» e o «Wall Street Journal» esperam também a maior greve dos últimos 30 anos e interligam a paralisação com o corte de rating que o país sofreu hoje.

Para o «Financial Tims», merece destaque o «inusitado apoio» de Mário Soares à greve, bem como «a natureza pacífica dos protestos em Portugal», distanciando o país da Grécia, onde os protestos degeneram frequentemente em violência. O «FT» lembra também que, em Portugal, as medidas de austeridade contam com «alargado apoio político», e sublinha que as medidas de austeridade propostas não deverão mudar, apesar da greve.

A greve em Portugal tem presença em praticamente todos os grandes jornais internacionais, europeus, norte-americanos e até mesmo asiáticos.