"Uma mensagem de confiança para trabalhadores". Há acordo entre ANTRAM e Fectrans - TVI

"Uma mensagem de confiança para trabalhadores". Há acordo entre ANTRAM e Fectrans

  • JFP
  • 14 ago 2019, 22:34

Pedro Polónio frisou que com esta decisão o patronato quer “passar uma mensagem de confiança aos trabalhadores, aos empresários”

A ANTRAM e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) chegaram a acordo sobre contrato coletivo numa reunião no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa, anunciou esta quarta-feira à noite o coordenador nacional da Fectrans à comunicação social.

José Manuel Oliveira considerou que o acordo resolve algumas das “questões nucleares” dos trabalhadores, prevendo aumentos salariais de pelo menos 120 euros.

As entidades estiveram a negociar acordo para entrar em vigor em 2020. De acordo José Manuel Oliveira, presidente da Fectrans, haverá nova ronda de negociações em setembro.

Já ao início da noite, o coordenador José Manuel Oliveira tinha afirmado que no documento saído da reunião desta tarde, que durou cerca de cinco horas, com a ANTRAM foram construídas "pontes de entendimento", mas disse que "a satisfação será sempre limitada" nestas negociações, sem detalhar.

A ANTRAM diz que não negoceia com sindicato enquanto estiver a decorrer a greve.

O vice-presidente da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) Pedro Polónio disse que “foi possível hoje concretizar, de uma forma um pouco mais fina, aquilo que tinham sido as grandes questões que ficaram acordadas em maio”.

Hoje, estamos próximos da redação final daquilo que vai ser a revisão da convenção coletiva que vai entrar em vigor a partir de janeiro”, acrescentou da Pedro Polónio, no final da reunião.

Considerando o acordo “algo muito relevante” para um setor que está “a viver dias difíceis”, Pedro Polónio frisou que com esta decisão o patronato quer “passar uma mensagem de confiança aos trabalhadores, aos empresários”.

Pedro Pardal Henriques desafiou a ANTRAM a voltar à mesa de negociações esta quinta-feira, na Direção-geral do Emprego e Relações de Trabalho, mas os patrões dizem que não voltam a negociar em greve.

Não podemos, infelizmente, reunir com a espada na cabeça, não podemos negociar dessa forma (…), negociamos de uma forma franca e presencial como estamos aqui hoje, mas não sob ameaça de greve”, afirmou Pedro Polónio junto ao Ministério das Infraestruturas.

Nós reunimos com quem se quer sentar à mesa para negociar de uma forma franca e transparente e que reflita a verdade daquilo que ficou escrito. Neste momento, essas condições não estão reunidas nem com o SIMM nem com o SNMMP", justificou a ANTRAM

O primeiro-ministro reagiu, entretanto, no Twitter ao acordo alcançado entre ambas as partes, esperando que seja o início de um rumo seguido por todas as partes.

Ministro saúda acordo

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, saudou o acordo alcançado hoje entre os patrões da camionagem e a federação sindical da CGTP, por “servir os motoristas e a competitividade das empresas”.

Em declarações à comunicação social, o ministro adiantou que o Governo “acompanhou todo o processo” negocial e se disponibilizou para “ajudar no que lhe compete”.

As declarações de Pedro Nuno Santos foram feitas depois de a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) terem assinado um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.

O ministro revelou que o Governo vai coordenar um trabalho com vista à dignificação da profissão e que até ao final do mês vai ser publicada uma portaria sobre circulação de camiões-cisternas aos sábados.

Pedro Nuno Santos expressou a sua “grande satisfação” por ver que “é possível ter vitórias concretas sem ter de partir para uma greve”, desejando ainda que “este exemplo seja seguido pelos sindicatos que estão em greve” e que o executivo “continua a trabalhar para conseguir que a greve seja cancelada pela negociação”.

Neste sentido, o ministro insistiu em que “o tempo da greve acabou” e que as partes se devem “sentar e negociar”, garantindo ser desejo do Governo que a greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias “termine o mais depressa possível”.

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