Motoristas acusam ANTRAM de "dar o dito por não dito" e de voltar atrás no que foi acordado - TVI

Motoristas acusam ANTRAM de "dar o dito por não dito" e de voltar atrás no que foi acordado

  • Sofia Santana
  • 9 jul 2019, 11:32

Os motoristas de matérias perigosas aprovaram no sábado um pré-aviso de greve, a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, até entrar em vigor o novo contrato coletivo de trabalho. O vice-presidente do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, explicou o que está em causa em declarações à TVI24

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, acusou a ANTRAM de "dar o dito por não dito e de voltar atrás" no que foi acordado em maio. Os motoristas aprovaram no sábado um pré-aviso de greve, a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, até entrar em vigor o novo contrato coletivo de trabalho.

Aquilo que nos fez desconvocar a greve da última vez foi a aceitação por escrito, por meio de um documento escrito, daquelas condições. Desconvocámos a greve porque a ANTRAM disse que aceitava aquelas condições. (...) Agora que já passou a greve e desconvocámos a greve, a ANTRAM vem dizer que não aceita aquelas condições", afirmou o responsável em declarações à TVI24, na manhã desta terça-feira.

"A greve não é uma novidade, a greve só foi desconvocada porque a ANTRAM disse ‘meu senhores desconvoquem a greve porque nós aceitamos as condições que aqui estão’", frisou Pardal Henriques.

O vice-presidente do sindicato explicou, em declarações à TVI24, que a ANTRAM apresentou uma proposta de contrato coletivo de trabalho em que não constavam os valores acordados com os membros do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM).

As condições foram que até ao ano de 2022 o salário fosse aumentando até aos valores que foram definidos: começava em janeiro de 2020 com um salário base de 700 euros e que com os outros prémios perfazia 1400 euros fixos, pagos todos os meses incluindo no mês de férias; em 2021, aumentando o salário base para 800 euros o conjunto daria uma remuneração fixa de 1550 euros; em janeiro de 2022 terminaria este progresso de aumentos com um salário base de 900 euros, e que significaria uma remuneração fixa de 1715 euros. A condição era transpor isto agora para o contrato coletivo de trabalho que está a ser negociado", sublinhou.

"A ANTRAM veio com uma proposta de contrato coletivo de trabalho em que não constavam estes valores, que para os trabalhadores são importantíssimos e decisivos", acrescentou.

Pedro Pardal Henriques reiterou que os motoristas vão mesmo avançar para a greve se a ANTRAM mantiver a mesma postura. 

Tudo depende da postura da ANTRAM, se continuar a teimar em não cumprir o que está acordado com os sindicatos. Se a postura da ANTRAM se mantiver a mesma então aí sim, os sindicatos avançarão para uma greve", acrescentou.

Numa carta aberta, enviada às redações na segunda-feira, os sindicatos pediram desculpa aos portugueses pelos transtornos causados pelas greves. 

Em abril, a greve dos motoristas de matérias perigosas gerou o caos em bombas de gasolina por todo o país.

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