A Ryanair está a ser acusada, pelo sindicato, de estar a substituir tripulantes grevistas por outros de outros locais, neste primeiro de três dias de greve do pessoal, que coincidem precisamente com a altura da Páscoa.
A presidente do do Sindicato Nacional Do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, garante que a adesão à paralisação ultrapassa os 90%, mas que a transportadora aérea low-cost está a cometer "uma ilegalidade" ao agir daquela maneira.
Há uma substituição de grevistas porque a Ryanair, novamente cometendo uma ilegalidade, traz tripulantes de outras bases para fazer os voos a partir das bases em Portugal.”
Da base do Porto deveriam sair oito voos da parte da manhã, “apenas saíram três”, e para a tarde estão programados mais oito, por isso o sindicato quer perceber como “é que a Ryanair consegue trazer mais tripulantes para operarem mais voos a partir do território nacional”.
Os tripulantes de cabine da companhia aérea de baixo custo começaram às 00:00 desta quinta-feira o primeiro de três dias não consecutivos de greve, durante o período da Páscoa, para exigir o respeito de direitos previstos na lei nacional, nomeadamente o direito de parentalidade e baixas médicas.
Há dois dias, a transportadora aérea solicitou aos tripulantes que ignorassem a ameaça de greve em período de Páscoa”. Apesar de esperar pouca adesão, logo admitiu não fica descartada a “possibilidade de perturbação” nos voos a partir de hoje.
É o que está a acontecer, sobretudo no aeroporto do voo, com pelo menos um cancelamento e vários atrasos, durante esta manhã (veja os vídeos associados a este artigo).
Ryanair "grata" aos tripulantes
Ora, sobre as acusações do sindicato, a Ryanair ainda nada disse e, assumindo “ligeiras perturbações” na operação, preferiu destacar a sua "gratidão" por quem está a "ignorar" a greve.
Estamos bastante gratos aos nossos tripulantes de cabine portugueses por colocarem os nossos clientes em primeiro lugar, ignorando esta greve.”
Em comunicado emitido esta manhã, e ao contrário do que diz o sindicato, a empresa refere que a “grande maioria” desses funcionários “estão a trabalhar dentro da normalidade".
No primeiro balanço das consequências, pelas 11:00 (hora de Lisboa), a Ryanair avançou que “um pequeno número dos primeiros voos do dia sofreu ligeiras perturbações”. Foram cancelados três, segundo diz.
Os clientes já estão a ser recolocados em voos extra operados esta manhã de bases da Ryanair fora de Portugal, operando de/para o Porto e Faro.”
Dá-se também a indicação qde que todos os passageiros que viajam de e para Portugal podem obter informações no site Ryanair.com.
A companhia pediu “sinceras desculpas aos clientes e respetivas famílias afetados por estes atrasos, provocados por esta greve", no seu entender "desnecessária e injustificada”.
A jurista da Deco Ana Sofia Ferreira informou à Lusa que greve não é uma circunstância que imputável às transportadoras aéreas, pelo que “não há direito à indemnização, exceto se a transportadora já depois de ter recebido o pré-aviso de greve continuar a vender bilhetes já conhecendo e sabendo antecipadamente que muito provavelmente não vai poder realizar aqueles voos”.