Greve dos enfermeiros com adesão acima dos 80% - TVI

Greve dos enfermeiros com adesão acima dos 80%

  • (Atualizada às 11:53) ALM com Lusa
  • 13 ago 2018, 09:42

400 cirurgias programadas no S.João foram adiadas. Paralisação visa protestar contra o impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho, que começou há um ano

A greve de cinco dias dos enfermeiros, que teve início às 00:00 de hoje, está a ter uma adesão entre os 83% e os 96%, disse à Lusa o dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE).

O protesto dos enfermeiros associados da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), que integra o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), visa protestar contra o impasse na negociação do acordo coletivo de trabalho, que começou há um ano.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente da FENSE, José Correia Azevedo, adiantou que a adesão à greve dos enfermeiros “está a ultrapassar as expetativas” e espelha o “o descontentamento muito grande” dos profissionais de saúde.

Segundo os dados avançados por José Correia Azevedo, a adesão à greve no Hospital São João, no Porto, foi de 96%, no Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra os hospitais S. José. D. Estefânia e Santo António dos Capuchos foi de 93%.

No Centro Hospitalar Lisboa Norte, que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, a adesão à paralisação foi de 95%, no Hospital de Guimarães de 91%, no Hospital de Setúbal de 88% e no Hospital Garcia de Orta, em Almada, situou-se nos 93%.

Os dados adiantam ainda que no Hospital Barreiro-Montijo a adesão atingiu os 89%, no Hospital de Évora os 93%, na Unidade Local de Saúde do Algarve os 91%, nos Hospital de Santarém 88% e no Hospital Leiria-Pombal nos 93%.

No Centro Hospitalar do Algarve a adesão foi de 87%, no Hospital de Lamego 88%, no Hospital Nélio Mendonça, na Madeira, 92% e no Hospital Divino Espírito Santos, nos Açores, de 83%.

José Correia Azevedo adiantou que os impactos nas consultas e nas cirurgias programadas vão começar “agora de manhã”.

Por exemplo, no Hospital de São João já sabemos que as 12 salas [blocos operatórios] vão fechar o que nos cinco dias vai representar uma anulação de 400 cirurgias” programadas, avançou o dirigente da FENSE e presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

Os enfermeiros pretendem que seja criada uma carreira especial de enfermagem, que integre a categoria de enfermeiro especialista, e exigem o descongelamento da carreira, lembrando que o Estado deve aos Enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões. Exigem também a revisão das tabelas remuneratórias.

“Mesmo que não tenham dinheiro para a pagar atualmente, os sindicatos já propuseram o pagamento em três prestações anuais”, disse José Correia de Azevedo.

Os sindicatos garantem que os serviços mínimos serão respeitados.

400 cirurgias adiadas no S. João

A greve já obrigou ao adiamento de “400 cirurgias programadas” no Hospital de São João, no Porto, uma vez que “as 12 salas do bloco central estão encerradas”, afirmou fonte sindical.

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, José Correia Azevedo, disse que, nos hospitais do Grande Porto, a adesão é, em média, “superior a 90%” e que os serviços mais afetados por esta paralisação são “os que estão afetos às cirurgias programadas e às consultas”.

O resto do serviço interno está a funcionar a meio gás, porque está sujeito só aos serviços mínimos, ou seja, são prestados os cuidados necessários para garantir a segurança e a vida das pessoas”, acrescentou.

De acordo José Azevedo, no Hospital de São João e no Hospital de Vila Nova de Gaia, a adesão à greve ronda os 96%, e no IPO é de cerca de 88%.

No Hospital de Santo António, os dados até agora recolhidos “apontam para uma adesão de 95%, mas ainda estão a ser confirmados”, referiu.

 

Continue a ler esta notícia