O comissário europeu Michel Barnier afirmou esta quinta-feira que Bruxelas fez recomendações à França e não exigências, depois de o Presidente François Hollande ter dito que a Comissão Europeia não tem de ditar o que o país deve fazer.
«Não se tratou de um diktat (imposição), mas de recomendações», explicou o comissário francês em declarações a uma rádio, depois de Hollande ter afirmado, na quarta-feira, que a Comissão Europeia «não tem de ditar» à França o que fazer sobre as reformas.
A Comissão Europeia, que deu mais dois anos ao Governo francês para corrigir o défice, pediu à França mudanças, nomeadamente nas reformas e no mercado de trabalho.
«A França está em recessão, há qualquer coisa que não funciona, não fazer nada é o declínio (...) é resignar-se, colocar-se sob a influência de chineses e norte-americanos e isso não é opção», disse o comissário para os serviços financeiros.
«É preciso que haja da parte do Governo coragem para fazer as reformas agora e recomendo também à oposição que tenha a coragem de apoiar o Governo a fazer essas reformas», insistiu Barnier.
A crítica de Hollande à Comissão Europeia também mereceu reparos em Berlim, onde um dirigente do partido da chanceler Angela Merkel afirmou que as declarações do Presidente francês foram «desapropriadas».
«A crítica de Hollande é desapropriada», declarou Andreas Schockenhoff, vice-presidente do grupo parlamentar dos conservadores (CDU/CSU), em comunicado, pouco antes do encontro em Paris de Hollande com Merkel.
«A reação de Hollande mostra o desespero do seu Governo, que um ano após a chegada ao poder ainda não encontrou respostas eficazes para os problemas económicos e financeiros do país», afirmou Schockenhoff, que preside ao grupo de amizade franco-alemão no Bundestag, câmara baixa do parlamento.
Bruxelas fez recomendações à França e não imposições
- tvi24
- LF
- 30 mai 2013, 17:18
Presidente François Hollande diz que a Comissão Europeia não tem de ditar o que o país deve fazer
Continue a ler esta notícia