Paris e Madrid querem fazer tudo para Grécia ficar no euro - TVI

Paris e Madrid querem fazer tudo para Grécia ficar no euro

Merkel e Hollande

«À Grécia, o melhor que pode acontecer é permanecer no euro»

O Presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, asseguraram esta quarta-feira, em Paris, que tudo farão para que a Grécia se mantenha na Zona Euro. Declarações que surgem depois de ter sido revelado que o grupo de trabalho do Eurogrupo chegou a um consenso para que os países do euro preparem planos de contingência para o pior cenário.

Mariano Rajoy sublinhou a necessidade de enfrentar a crise na zona euro através de uma redução dos custos de financiamento e disse ainda que Espanha não vai recorrer ao fundo europeu de solidariedade para recapitalizar a banca espanhola.

«Farei tudo o que puder para convencer os gregos a manterem-se na Zona Euro e os europeus da necessidade de isso acontecer», disse Hollande, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro espanhol, depois de um almoço de trabalho prévio à cimeira informal da União Europeia de hoje à noite em Bruxelas.

«À Grécia, o melhor que pode acontecer é permanecer no euro», corroborou Rajoy, segundo a Lusa.

O Presidente francês sublinhou que a atual situação é um desafio não apenas para a Grécia, como para toda a Europa e mesmo o mundo, afirmando que a crise grega afeta o crescimento europeu e, consequentemente, mundial.

Para o primeiro-ministro espanhol, aquilo de que a Europa mais precisa nesta altura é de «certezas», as quais têm necessariamente de partir de uma atitude por parte da União Europeia.

«A Europa tem de encontrar uma resposta. Tem de ser, porque não podemos continuar assim por muito tempo, com grandes diferenças no que diz respeito às condições de financiamento. E é por causa dessas diferenças que as políticas em que acreditamos, como o controlo da despesa pública e as reformas para estimular o crescimento, acabam por não ter efeito».

O primeiro-ministro espanhol defendeu que o BCE deve retomar algumas medidas de emergência, como comprar títulos dos países em dificuldades, que tem um efeito de descida nos custos de financiamento.

Sobre a banca espanhola, Rajoy assegurou que a sua política é de total transparência e que, depois das duas auditorias que encomendou, vai ser «necessário recapitalizar alguns bancos», mas que as verbas envolvidas «não serão muito importantes».

Mariano Rajoy afirmou que pretende enviar «uma mensagem clara e inteligível» sobre o sistema financeiro espanhol, que «não pode ser posto em causa porque não há matéria para o pôr em causa».

«Creio que há instrumentos mais rápidos que o fundo europeu de ajuda, que ainda não está em vigor. Há outros instrumentos mais rápidos para resolver os problemas de financiamento ou de liquidez dos bancos», disse, reiterando ser partidário de uma intervenção direta do Banco Central Europeu.

Hollande, por seu lado, considerou que os bancos que precisem de recorrer ao fundo europeu devem obtê-la «sem passar pelos Estados», sublinhando que quanto mais fluído for o sistema financeiro (europeu), mais sólido ele será e melhores serão as condições para o crescimento económico.
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