Dormidas e hóspedes terão caído 58,5% e 49,4% em março - TVI

Dormidas e hóspedes terão caído 58,5% e 49,4% em março

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  • Publicado por Henrique Magalhães Claudino
  • 30 abr 2020, 12:12
Hotel em quarentena nas ilhas Canárias

Dados do INE revelam que setor do alojamento turístico deverá ter registado 1,9 milhões de dormidas e 701,0 mil hóspedes

 As dormidas em alojamento turístico terão recuado 58,5% e os hóspedes terão diminuído 49,4% em março face ao mês homólogo do ano passado, impactados pelos efeitos da pandemia e do período de Carnaval, divulgou esta quinta-feira o INE.

Para além dos grandes condicionalismos que a atual pandemia originou na atividade turística, estes resultados foram também influenciados pelo efeito do período de Carnaval que, este ano, ocorreu em fevereiro e, no ano anterior, ocorreu em março”, lê-se na estimativa rápida da atividade turística em março, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) “dada a preocupação” que a pandemia Covid-19 está a gerar no setor.

No período, o setor do alojamento turístico (hotelaria, alojamento local com 10 ou mais camas e turismo no espaço rural/de habitação) deverá ter registado 1,9 milhões de dormidas e 701,0 mil hóspedes, o que corresponde a quebras de 58,5% e 49,4%, respetivamente (+14,7% e +15,3% em fevereiro, pela mesma ordem).

As dormidas de residentes terão diminuído 56,9% (+26,4% em fevereiro) e as de não residentes terão decrescido 59,2% (+9,5% em fevereiro).

Os hóspedes residentes terão sido 306,0 mil, um decréscimo de 51,2% (+23,7% em fevereiro), e os hóspedes não residentes terão atingido um total de 395,1 mil, recuando 47,8% (+8,3% em fevereiro).

Em março, todos os principais mercados emissores registaram decréscimos, destacando-se as quebras dos mercados chinês (-78,8%), italiano (-75,8%), norte-americano (-68,5%) e espanhol (-66,1%).

O mercado canadiano foi, entre os principais mercados emissores, o que registou menor decréscimo (-37,8%).

Os dados da atividade turística de março hoje antecipados pelo INE baseiam-se na informação primária recolhida até 27 de abril no âmbito do Inquérito à Permanência de Hóspedes na Hotelaria e outros alojamentos.

No destaque habitual sobre a atividade turística em março, previsto para 15 de maio, os resultados agora publicados poderão ser revistos e acrescentado um maior detalhe na sua apresentação, em função da informação entretanto transmitida ao INE.

 

Quase 80% dos alojamentos turísticos com cancelamentos de reservas 

Quase 80% dos alojamentos turísticos em Portugal registaram cancelamentos de reservas agendadas para o período de março a agosto deste ano, sobretudo por parte de hóspedes nacionais, seguidos dos espanhóis, franceses, alemães e britânicos.

De acordo com um questionário efetuado em abril pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que obteve respostas de cerca de 4.000 estabelecimentos sobre as perspetivas para a atividade turística até agosto, 79,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes (representativos de 91,3% da respetiva capacidade da oferta) reportaram que a pandemia de Covid-19 motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020.

A Região Autónoma da Madeira foi a que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (90,6% dos estabelecimentos e 98,6% da capacidade oferecida), seguindo-se os Açores (89,9% e 96,8%, respetivamente), a Área Metropolitana de Lisboa (85,0% e 94,4%, pela mesma ordem) e o Algarve (82,2% e 92,7%, respetivamente).

No segmento da hotelaria, 92,5% do total de estabelecimentos (95,2% da capacidade oferecida) reportaram cancelamentos de reservas devido à pandemia, tendo esta percentagem ascendido a 75,8% dos estabelecimentos de alojamento local (79,5% da capacidade oferecida) e a 68,8% do total (74,1% da capacidade) no turismo no espaço rural e de habitação.

O INE nota que “a proporção de estabelecimentos reportando cancelamentos parciais ou totais de reservas diminui nos meses em que tradicionalmente a solicitação de serviços de alojamento turístico é mais intensa”.

Ainda assim, de acordo com esta informação recolhida em abril, cerca de 73,9% reportaram cancelamentos para junho, 62,9% para julho e 55,9% para agosto.

Quando questionados sobre os principais mercados com cancelamentos de reservas (podendo cada estabelecimento identificar até três mercados), o mercado nacional foi o mais referido, tendo sido identificado por 61,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico.

O mercado espanhol surgiu a seguir (51,3% dos estabelecimentos), seguindo-se os mercados francês (32,0% dos estabelecimentos), alemão (26,3% dos estabelecimentos) e britânico (22,9% dos estabelecimentos).

Analisando os mercados identificados como um dos três com maior número de cancelamentos de reservas em cada região, observa-se que, no norte, o mercado nacional foi identificado por 64,7% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol, referido por 63,1% dos estabelecimentos.

Já no centro, o mercado nacional foi mencionado por 85,2% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (53,7% dos estabelecimentos), enquanto na Área Metropolitana de Lisboa o mercado espanhol foi referido por 60,9% dos estabelecimentos, no Alentejo o mercado nacional foi identificado por 81,0% dos estabelecimentos e no Algarve 64,0% dos estabelecimentos referiram o mercado britânico.

Nas regiões autónomas, verifica-se que o mercado nacional foi identificado por 88,7% dos estabelecimentos nos Açores, seguindo-se o mercado alemão (53,6% dos estabelecimentos), enquanto na Madeira este foi identificado por 71,6% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado francês (57,8% dos estabelecimentos) e o britânico (51,7% dos estabelecimentos).

O INE reporta que, na hotelaria, o mercado nacional foi mencionado como um dos três mercados com maior número de cancelamentos por 67,1% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (61,4%).

Já nos estabelecimentos de alojamento local, o mercado espanhol foi identificado por 51,6% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado nacional (48,2%), e nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação o mercado nacional foi mencionado por 75,5% dos estabelecimentos.

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