São dados que voltam a refletir os efeitos da pandemia de covid-19. No mês de setembro, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego voltou a aumentar.
De acordo com os dados revelados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a nível nacional, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 410.174 pessoas, o que representa uma subida de 36,1%.
O número, quando comparado com o mesmo mês do ano passado, mostra que há mais 108.892 pessoas sem trabalho.
Face ao mês de agosto, o IEFP mostra que mais 843 pessoas perderam o seu trabalho, ou seja, mais 0,2%.
Região do Algarve com o crescimento mais expressivo
Embora o desemprego tenha aumentado na generalidade das regiões, o IEFP mostra que, em termos homólogos, o aumento mais pronunciado deu-se na região do Algarve (+157,5%).
Logo seguida por:
- Lisboa e Vale o Tejo: +54,7%
- Alentejo: +27,3%
- Norte: +24,1%
- Centro: +20,7%
Regiões autónomas
Nas regiões autónomas, os dados mostram ainda que, só na Madeira, o desemprego no mês de setembro atingiu 19.338 pessoas, o que representa um aumento de 2,3% do que em agosto (mais 438 desempregados). Em relação ao mês homólogo, a subida foi de 30,1%.
No mês passado, 1.579 pessoas inscreveram-se no Instituto de Emprego da Madeira, o que se traduz num acréscimo de 16,6% relativamente ao mês de agosto.
A exceção vai para a Região Autónoma dos Açores, que assistiu a uma descida de 1,2%.
Desemprego atinge mais as mulheres
De acordo com o relatório do IEFP, para o aumento do desemprego, face ao mês homólogo do ano passado, "contribuíram todos os grupos".
No entanto, o destaque vai para as mulheres. Neste momento, há 232.530 mulheres desempregadas. Os homens atingidos por este flagelo chegam aos 177.644.
É de salientar ainda que os maiores contributos foram ainda dados por adultos com idade igual ou superior a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o ensino secundário.
Por grupos profissionais, dos desempregados registados no Continente com maior peso nos números totais, destacam-se:
- Trabalhadores não qualificados (24,2%)
- Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurana e vendedores (21,8%)
- Pessoal Administrativo (11,8%)
- Especialistas de atividades intelectuais e científicas (11,5%)
- Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (10,2%)
Ofertas de trabalho e colocações
Uma nota ainda para as ofertas de emprego por satisfazer, que no final de setembro totalizavam 14.398, nos serviços de Emprego de todo o país. Este número corresponde a uma redução anual de 23,9% e a um aumento mensal de 6,1% das ofertas em ficheiro.
As colocações realizadas durante o mês de setembro de 2020 totalizaram 8.244, um número que é inferior ao verificado em igual período de 2019 (menos 637), mas superior ao mês anterior (1.556).
As ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês:
Total: 11.806 em todo o país, um número inferior ao do mês homólogo de 2019 (-480 ; -3,9%) e superior ao do mês anterior (+2 637; +28,8%).
As atividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês:
- Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (26,4%)
- Alojamento, restauração e similares (15,8%)