Dívida: juros mais altos no último leilão do ano - TVI

Dívida: juros mais altos no último leilão do ano

Tesouro obtém empréstimo máximo previsto, no valor de 2 mil milhões de euros

Portugal realizou esta quarta-feira o último leilão de dívida do ano, em três linhas de Bilhetes do Tesouro. A operação ficou marcada pela subida dos juros cobrados pelos investidores para confiarem na dívida nacional.

As emissões de dívida atingiram o objetivo máximo previsto que permitiu concluir o programa de financiamento deste ano: colocar 2 mil milhões de euros. A procura diminuiu em dois leilões. Os juros subiram nos três.

No prazo a três meses, foram colocados 300 milhões de euros, a uma taxa de juro de 1,936% face aos 1,366% cobrados na última emissão com as mesmas características. A procura baixou: se antes tinha sido oito vezes maior do que a oferta, agora esteve cinco vezes acima - o que é, de qualquer modo, assinalável.

A seis meses, o Estado obteve um empréstimo no mercado de 500 milhões de euros, pelo qual teve de pagar um juro de 2,169%, mais alto do que os 1.839% do último leilão. A procura aumentou - mais do que quadruplicou a oferta.

A 18 meses, um ano e meio, portanto, foram colocados 1.200 milhões de euros, com o juro a subir ligeiramente, de 2,967% para 2,990% e a procura a cair de 2,4 vezes para 1,9 vezes.

Resultados não surpreendem

Para o gestor de dívida do Banco Carregosa Filipe Silva o leilão «saiu em linha com o esperado», isto porque «nas últimas semanas Portugal tinha tido uma subida das yields em todas as maturidades e este leilão reflete isso mesmo», explicou à Reuters.

Depois, também «o facto de Portugal ter passado mais um exame da troika já era esperado e, portanto, também não teve efeito nenhum» para os resultados, «até porque o mais importante será o que vai acontecer à Grécia».

O especialista destacou a procura pela dívida nacional, que «mais uma vez foi muito boa, sobretudo nos prazos mais curtos», uma vez que o prazo decorre ainda durante a vigência do programa de assistência financeira, o que deixa os investidores mais descansados.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública decidiu antecipar a conclusão do programa de financiamento previsto para este ano, com estes três leilões. Meta alcançada, já que foi colocado o montante máximo previsto. Desta forma, a emissão de Bilhetes do Tesouro de 19 de dezembro já não se realizará.
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