O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afastou hoje em Madrid os riscos de uma bolha especulativa no mercado imobiliário europeu, mas alertou para a necessidade de manter uma “vigilância apertada” nessa e noutras áreas.
Numa conferência sobre a Estabilidade Financeira organizada pelo Banco de Espanha, Draghi explicou que “o crescimento positivo do valor de mercado no setor imobiliário ajuda ao crescimento do crédito, e ao mesmo tempo contribui para aumentar o valor no setor”.
Para o responsável pela política monetária da Zona Euro “é necessário” manter “uma vigilância apertada” sobre os riscos nos empréstimos concedidos pelos bancos e o seu impacto na rentabilidade das instituições financeiras e nos investimentos institucionais.
Na semana passada o Negócios noticiou que o preço das casas sobe há três anos em Portugal, mas disparou em 2016, recuperando valores pré-crise, e tocando no limite definido no mecanismo europeu de avaliação dos desequilíbrios macroeconómicos. Portugal, ocupa um dos lugares cimeiros no “ranking” de subidas da Zona Euro.
A evolução do preço do imobiliário deflacionado é um dos seis indicadores principais de acumulação de desequilíbrios internos deste mecanismo de coordenação de políticas europeias criado durante a crise (os desequilíbrios externos, contam com outros cinco indicadores, e o desemprego com mais três). Para todos eles existe um limite a partir do qual a evolução das variáveis suscita uma avaliação qualitativa para identificar causas e riscos.